Inovar com o propósito de compartilhar
Se você ainda acredita que inovar depende essencialmente de grandes aportes financeiros e da utilização de inúmeras ferramentas tecnológicas, fica a dica: é hora de rever os seus conceitos. De olho na necessidade de mudar a sua cultura interna e ainda provocar alterações impactantes nas suas atividades, na relação com os consumidores e ainda com toda a sociedade, a Mondelēz International abriu espaço para compartilhar.
Na prática, compartilhar é sinônimo de investir em uma cultura de inovação, que sensibilize os colaboradores, traga benefícios a todo o processo produtivo e gere alianças externas valiosas para o crescimento do negócio. Em linhas gerais, trata-se de buscar soluções para suas dores e ainda estabelecer novas relações além do universo corporativo.
No caso da Mondelēz International, André Bacellar, que há mais de duas décadas atua na organização, assumiu a missão de liderar o processo de inovação da gigante do ramo alimentício. No dia a dia, isso trouxe inúmeros desafios e grandes descobertas.
Um dos diferenciais da empresa é o propósito de dividir experiências por meio da inovação aberta.
“Apostamos na inovação aberta como uma jornada de aprendizado e conhecimento”,
diz Bacellar.
Por meio do programa Desembala, a Mondelēz International implanta, de fato, a cultura da inovação. A empresa tem a meta de que, até 2025, todas as suas embalagens sejam recicláveis.
Por meio do Desembala, a Mondelēz International busca soluções para suas principais dores. Isso inclui, por exemplo, a aproximação com startups para a cocriação de inúmeras atividades. Há ainda espaço para trocas voltadas a processos específicos da organização.
No caso do Desembala, sem dúvida alguma chama a atenção a gestão de mudança. Com foco nesse quesito, são estabelecidas importantes conexões com o ecossistema externo e que permitem trocas importantes.
“Temos uma parceria com a PUCPR, por exemplo, para auxiliar nesse processo de captação de startups”,
avalia André Bacellar.
Sustentabilidade
O compromisso com a sustentabilidade ganha força com a busca da Mondelēz International pela implantação do processo ESG, ou seja, a adoção de práticas na sua operação que exigem a revisão de processos e que ainda propiciam a inovação. Isso significa também se colocar em posição de destaque na responsabilidade ambiental, social e de governança.
Vale a pena lembrar que uma empresa ESG também está em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos, em 2015, durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. O documento traz 17 objetivos e 169 metas a serem atingidas até 2030. Destacam-se, entre os temas, a erradicação da pobreza, segurança alimentar, saúde, educação, igualdade de gênero, além de outros itens.
Para as empresas que ainda encontram entraves para inovar, André Bacellar deixa uma reflexão pertinente:
“O caminho para a inovação é simplesmente começar. Não tem a ver com dinheiro ou tecnologia, mas sim com melhorar algum problema que sua organização tenha. O importante é superar. Comece, faça, se oportunize. Entregue o que realmente se propõe a fazer”,
avalia.
Para quem ainda tem dúvidas sobre as vantagens da inovação aberta, além de observar o case da Mondelēz International, vale a pena reforçar alguns pontos: reduz o tempo entre desenvolvimento e comercialização; cria novos mercados; diminui o custo em várias etapas; aumenta a possibilidade de aprovação do produto com o público; e gera ideias e base de conhecimento.
Como propôs Henry Chesbrough, professor da universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, e um dos idealizadores do conceito de inovação aberta, trata-se de uma abordagem de inovação mais bem distribuída entre os stakeholders, mais participativa e mais descentralizada. Fora isso, ela promove um círculo virtuoso, pois além da instituição se apropriar do conhecimento externo gerado, o mercado como um todo também ganha com essas soluções. Por isso, não tenha medo de compartilhar. A ordem é inovar!