"Espero que a Justiça dê uma pena exemplar", diz irmã de Renata Muggiati

por Luciano Balarotti
com informações da RICtv
Publicado em 8 fev 2023, às 13h36. Atualizado às 15h07.

Ao chegar ao Tribunal do Júri para acompanhar o julgamento do médico Raphael Suss Marques, acusado do assassinato da fisiculturista Renata Muggiati, em Curitiba, a irmã da vítima, Tina Gabriel, desabafou sobre os quase oito anos de espera pelo desfecho do caso. Visivelmente abalada, ela disse esperar que a justiça seja feita, mas que nada irá mudar o luto da família.

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“É um sentimento muito ruim né, a gente não tem prática de júri. A gente tem certeza da condenação, sei que é certo, é consequência de um ato que ele fez. O que a gente espera de verdade é que a Justiça seja bem firme, dê uma pena exemplar para demonstrar para a sociedade, principalmente para a sociedade paranaense, que feminicídio é um crime muito cruel e que ninguém mais suporta esse tipo de crime. É uma covardia extrema [contra] uma mulher, que o erro dela foi amar o seu algoz. A única coisa que espero mesmo é que a justiça represente a minha irmã e dê uma pena exemplar pro algoz dela”, afirmou.

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A irmã da fisiculturista relatou que preferiu ser a familiar mais próxima a acompanhar o julgamento, preservando sua mãe das fortes emoções que serão vividas ao longo dos depoimentos.

“Eu poupei minha mãe desse sofrimento, acho que e a minha mãe não merece saber nem da metade do que minha irmã passou, é muito sofrimento, ela sofreu muito na mão dele, ele foi muito cruel com ela e eu poupei minha mãe desse sofrimento”, declarou.

Tina também falou sobre a importância de que todas as pessoas prestem atenção aos mínimos sinais que caracterizem relacionamentos abusivos.

“Ninguém [da família] soube do que ela estava passando. A única pessoa que soube foi um advogado que ela procurou uma semana antes de morrer. Ela mandou foto dela agredida, deu o nome e o sobrenome do agressor, e ele instruiu que ela fizesse um B.O., que é o que deve ser feito nesses casos. Mas não deu tempo porque ela morreu uma semana depois. Em 2015 nós não tínhamos tanta informação quanto temos hoje, então eu acho que o que cabe às mulheres e aos homens, que também têm um papel importante no combate à violência doméstica, é que em briga de casal tem que se meter a colher sim. As mulheres têm que se informar, as meninas, as moças, não têm porque suportar, o ciúme não é uma demonstração de amor, é uma demosntraão de posse, então, por favor, saiam [desse tipo de relacionamento]”, relatou.

A irmã da fisiculturista também falou sobre a longa espera pelo julgamento e a tristeza da família ao longo de todo o processo.

“A sensação é de que demorou muito né, a gente está nesse velório há quase oito anos, então a tristeza permanece. Hoje eu não estou feliz, eu preferia não estar aqui. Eu preferia que minha irmã estivesse viva. É muito sofrimento, contato com promotor, com juiz, com advogado, os recursos, os adiamentos. Mas eu não faria diferente pela minha irmã e cabe a nós demonstrar para a sociedade o que é a violência doméstica. Eu tenho um plano futuro de fazer a ressocialização dos agressores, [cortar] o mal pela raiz, e eu vou conseguir “, complementou, antes de entrar no Tribunal para acompanhar o início do julgamento.

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