Acusações contra Renato Freitas (PT) são "desproporcionais", segundo vereadoras

por Isadora Deip
com informações da CMC e supervisão de Giselle Ulbrich
Publicado em 14 fev 2022, às 20h41. Atualizado em: 21 mar 2022 às 15h25.

Membros da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) discutiram em plenário, nesta segunda-feira (14), o caso da manifestação que levou à invasão da Igreja do Rosário. As vereadoras Maria Leticia (PV), Professora Josete (PT) e Carol Dartora (PT) argumentaram que o debate sobre a participação de Renato Freitas (PT) no protesto estaria distorcido por “fake news”, levando a acusações “desproporcionais” contra o parlamentar, que responde a quatro representações no Conselho de Ética da CMC.

As vereadoras criticam o fato de, segundo elas, a entrada dos manifestantes no templo ter repercutido mais que os assassinatos do congolês Moïse Kabagambe e de Durval Teófilo Filho, no Rio de Janeiro.

“Existe outra violência aí, quando [a repercussão da] a invasão da igreja supera a da morte de homens negros. Ninguém falou de racismo estrutural aqui. Negar que essas violências foram de cunho racial, foram racistas, é negar o racismo estrutural. É absurdo como negam o racismo estrutural”,

disse a vereadora Maria Leticia.

Segundo a Professora Josete, a discussão sobre o ato na Igreja do Rosário é influenciada pela intolerância política.

“Sabemos que, infelizmente, alguns vereadores de Curitiba, parte da imprensa e lideranças políticas, algumas delas pré-candidatas, e até mesmo o genocida que hoje é presidente da República, têm usado esse episódio com o intuito de criminalizar a esquerda e seus representantes”,

afirmou Josete.

Para Carol Dartora, informações divulgadas em redes sociais manipularam e desinformaram as pessoas em relação ao caso.

Se todo o ocorrido foi distorcido, a CMC levar a cabo a cassação de uma representação legítima, negra e periférica, que enfrenta inúmeras barreiras para ocupar esse espaço, mostra quanto o racismo estrutural barra a nossa entrada e dificulta a nossa presença”,

acrescentou.

Autor de uma das representações contra Renato Freitas, Osias Moraes (Republicanos) respondeu às críticas das parlamentares. De acordo com Moraes, as filmagens mostram os ativistas subindo as escadarias da igreja e revelam que, ao solicitar que eles abaixassem o som, o padre foi chamado de “fascista” e “racista”.

Entenda o caso

No dia 5 de fevereiro, movimentos sociais em todo o Brasil realizaram atos contra o racismo e a xenofobia, protestando contra os assassinatos do congolês Moïse Kabagambe e de Durval Teófilo Filho, no Rio de Janeiro. Em Curitiba, manifestações aconteceram no Largo da Ordem, do lado de fora da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, ao mesmo tempo em que uma missa era realizada no local.

Em dado momento, os manifestantes entraram no templo, inclusive o vereador Renato Freitas (PT), um dos líderes do protesto.

As imagens geraram polêmica nas redes sociais e o episódio passou a ser descrito como “a invasão da Igreja do Rosário”

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