'A Ascensão do Governador' traz uma outra versão de The Walking Dead

Capa de ‘A Ascensão do Governador’ (Arquivo Pessoal)

O livro é o primeiro capítulo de uma série de oito volumes, e segue um caminho diferente da televisão

Quem acompanha o mundo das séries televisivas com certeza deve conhecer The Walking Dead, o famoso seriado da AMC (produtora do show) que mostra um mundo apocalíptico dominado por zumbis, no qual humanos travam uma luta diária pela sobrevivência. Na televisão, o grande protagonista é o personagem Rick Grimes, interpretado pelo ator Andrew Lincoln.

O que muitos talvez desconheçam é que esse mesmo universo ganhou vida também em uma série de oito livros escrita por Jay Bonansinga, que durante os quatro primeiros trabalhou em parceria com Robert Kirkman, o grande criador de The Walking Dead. Hoje, é dia de conversar sobre o livro inaugural.

Diferentemente da televisão, A Ascensão do Governador tem outros personagens centrais, e conta o início da trajetória de Philip Blake em meio ao terror do apocalipse zumbi nos Estados Unidos. Philip, junto com a filha Penny, o irmão Brian e mais dois amigos, tenta cruzar o estado da Geórgia em segurança rumo a um centro de refugiados. Mas, obviamente, o caminho é muito mais complicado do que aparenta.

A leitura é muito interessante, pois, ao contrário do seriado da TV, mostra todos os detalhes e motivos que fizeram Philip virar o Governador, um dos principais vilões de The Walking Dead. Essa é uma das grandes razões que faz esse livro valer tanto a pena, já que conhecemos o personagem ainda como um pai movido por uma única missão: proteger a qualquer custo a pequena Penny.

Outro ponto que me atraiu muito foram as diferenças entre o livro e a televisão. Em A Ascensão do Governador, somos apresentados a um desesperado e destemido Philip Blake, um covarde Brian Blake e a uma inocente Penny Blake. Por outro lado, na produção da AMC, o Governador já aparece como o pacífico (nem tanto) líder da comunidade de Woodbury, um perigoso homem que esconde muitos segredos, entre eles sua segunda personalidade e a filha zumbi que mantém acorrentada em seu quarto.

Graças ao excelente trabalho de Jay Bonansinga, admito que passei a simpatizar com o Governador ao longo das 361 páginas do primeiro volume da série, mesmo sabendo quem ele se tornaria futuramente. E minha admiração pela obra cresceu ainda mais quando descobri que o ator David Morrisey, intérprete do personagem na televisão, baseou sua performance segundo os traços e características de Philip Blake em A Ascensão do Governador.

E esse é o grande acerto de Bonansinga no livro, que conseguiu desenvolver a fundo todos os personagens, revelando seus medos, angústias e motivações para não desistir, apesar do mundo que um dia conheceram já não existir mais. E essa nova realidade é algo com o qual Philip e companhia têm muita dificuldade para se adaptar, tendo que lidar com diferentes problemas a cada capítulo que se inicia. A consequência disso? Atitudes inesperadas, impensadas e mortes, muitas mortes.

Porém, o melhor fica para o final, quando finalmente fiquei cara a cara com um dos maiores segredos do universo The Walking Dead e do Governador. Algo que talvez os fãs de carteirinha (aqueles que já leram todos os quadrinhos e assistiram todas as temporadas) saibam do que estou falando. Como precisava confirmar o que havia lido, decidi partir para o segundo livro, para ter certeza que tinha compreendido todos os acontecimentos finais do primeiro volume.

A Ascensão do Governador foi um livro surpreendente para mim. Leitura mais do que recomendada, seja você um apaixonado por The Walking Dead ou não. E por hoje é isso. Semana que vem tem a análise e opinião da sequência da série, Caminho para Woodbury.

20 ago 2018, às 00h00.
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