Aluno aparece em aula remota com foto de suástica feita de seringas
Um aluno de Direito de uma universidade de São Paulo (SP) apareceu em uma aula remota com a foto de uma suástica formada por seringas. O caso aconteceu na quarta-feira (15).
Conforme o G1, a situação provocou indignação entre os colegas do 10º semestre do curso, que assistam a uma aula do professor e advogado Hélcio de Abreu Dallari Júnior.
O aluno foi identificado como Rafael. A imagem, segundo a reportagem, seria um protesto contra a vacinação obrigatória para os servidores públicos. Ele afirmou que estaria sendo vítima de nazismo.
Para da aula foi gravada por um dos estudantes, que não se identificou. Confira o diálogo divulgado pelo portal:
— Eu sou aluno, professor, escreveu o indivíduo, identificado apenas como Rafael, no chat do aplicativo de videochamadas.
— Tem um problema aqui relacionado à imagem que você está usando, que é a imagem da suástica, apontou Dallari.
— Suástica de seringas, especificou o estudante.
— Mas o símbolo da suástica não é um símbolo aceitável. Então, seria melhor você alterar isso aí, reiterou o professor.
— Nós, servidores públicos, fomos obrigados a tomar vacina nesta semana, explicou Rafael.
O professor pediu novamente para que o aluno remover a imagem do perfil. “Altera essa imagem para não trazer problema para ninguém”, disse.
Em nota enviada ao G1, a Universidade Presbiteriana Mackenzie declarou que repudia fortemente toda atitude de discriminação, não tolera protestos que ofendam pessoas ou grupos sociais e que abriu um processo disciplinar de apuração do caso “de maneira completa e exemplar, garantindo também o amplo direito de defesa. A partir dos resultados da averiguação, decidiremos as atitudes cabíveis, de acordo com o Código de Ética e regulamentos da Universidade”.
“Há 150 anos, o Mackenzie tem se identificado diante da população brasileira como instituição confessional cristã reformada, que defende o respeito entre todos os cidadãos, sem qualquer distinção, lutando pela convivência harmoniosa na sociedade, baseada na verdade, na justiça e no amor ao próximo”, completou.
Repúdio
Estudantes pedem que o caso seja averiguado pela Universidade e pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.
O Centro Acadêmico João Mendes Júnior (CAJMJr), da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, fez um manifesto nas redes sociais em que solicita a exclusão imediata do sujeito do quadro de discentes.
Bruna Brelaz, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), informou à reportagem que as devidas medidas devem ser tomadas. “Apologia ao nazismo é crime. Não aceitaremos dividir sala de aula com nazistas”, escreveu ela nas redes sociais.