Polêmica: aeronaves não têm espaço para mala de mão de todos os passageiros
Segundo um levantamento feito pelo R7, aviões usados pelas aéreas brasileiras não possuem espaço para acomodar todas as bagagens de mãos, mesmo que a mala esteja dentro dos padrões recomendados pelas empresas.
Aeronaves não têm espaço para mala de mão
Os dados coletados mostram que, mesmo com 30% dos assentos desocupados, as aeronaves ainda não conseguiriam transportar a bagagem de mão de todos os passageiros.
Lembrando que, a recomendação das medidas é de 55 cm de altura, 35 cm de largura e 25 cm de comprimento. Segundo os fabricantes, se estiver dentro dos padrões recomendados, as malas podem ser armazenadas no bagageiro de cabine dos aviões.
Latam:
A Airbus informou que o A320-200, aeronave mais comum na frota da Latam, transporta 174 passageiros, mas tem capacidade para 114 malas. Neste caso, se a aeronave estiver lotada e todos levarem bagagem de mão, pelo menos 60 passageiros não conseguirão acomodar a mala dentro do avião.
Gol:
Já o Boeing 737-800, avião usado popularmente pela Gol, tem capacidade para 118 malas e transporta até 186 passageiros.
Segundo dados de configuração de assentos publicados no site da companhia. Assim, 58 passageiros não conseguiriam acomodar suas bagagens nos voos da empresa.
Azul:
Já a Embraer, empresa fabricante das aeronaves ERJ-190, mais usadas pela Azul, não soube especificar quantas malas podem ser acomodadas no bagageiro da cabine. A configuração mais comum operada pela empresa no Brasil transporta 118 passageiros.
O levantamento desconsidera, por exemplo, que em alguns espaços destinados a bagagem de mão dos passageiros, são armazenados equipamentos de segurança. Além das bagagens dos tripulantes e até mesmo produtos alimentícios distribuídos durante o voo.
O que as empresas dizem?
O R7 questionou as empresas aéreas sobre a capacidade do bagageiro de cabine de suas aeronaves. A Latam confirmou que “existe a possibilidade” de as malas de todos não poderem ser levadas no interior de suas aeronaves.
“Caso seus funcionários percebam que os passageiros não consigam alocar todas as bagagens no interior da aeronave, a mala pode ser despachada gratuitamente no porão do avião”, informou a empresa.
A Azul informou que “garante o transporte de um volume de bagagem de mão por cliente de acordo com as normas estabelecidas pela ANAC, independente da capacidade do bagageiro da cabine”.
A Gol Linhas Aéreas não respondeu aos questionamentos feitos pela reportagem.
Polêmica da bagagem
Desde que as empresas aéreas passaram a cobrar pelo despacho da bagagem, o número de bagagens a bordo com peso e dimensões diversas passaram a ser mais frequentes nos voos.
As empresas, por sua vez, alegam que malas muito grandes na bagagem de mão atrasam o embarque. Quando a ANAC autorizou a cobrança do despacho da bagagem, existia a promessa de melhorar a competitividade e reduzir o preço das passagens.
O que segundo órgãos de defesa do consumidor, não ocorreu.
Lei quer reverter cobrança
Com a polêmica, na última semana, um projeto de lei foi aprovado para que as companhias garantam ao passageiro o despacho de ao menos uma bagagem sem cobrança. Além de reduzir o número de bagagens de mão dentro da aeronave.
O projeto ainda precisa passar por votação na Câmara, no Senado e ser sancionado pelo Presidente da República. No entanto, ANAC contestou o texto do projeto em discussão no Congresso e se manifestou contrária a este ponto do texto.
Siga o RIC Mais também no Instagram, e fique por dentro de todas as novidades!