Calendário escolar de 2015 só deve ser finalizado em fevereiro de 2016, diz secretária de Educação

A orientação da secretária é para que os pais procurem as escolas para se informar, já que muitas escolas estão funcionando total ou parcialmente

Com mais de 40 dias letivos de greve dos professores em 2015, a expectativa da Secretaria Estadual de Educação do Paraná é que o calendário escolar de algumas escolas seja cumprido apenas em fevereiro de 2016. Atualmente, segundo dados do Governo, das 2.158 escolas estaduais do Estado, 352 estão fechadas. As demais funcionam totalmente ou parcialmente.

Para a secretária de Educação Ana Seres, a situação que mais preocupa é a dos alunos do 3° ano do ensino médio, que se preparam para prestar o Enem e outros exames vestibulares no final do ano. A orientação da secretária é para que os pais procurem as escolas para se informar. “Algumas escolas estão abertas, mas acabam não tendo aula porque os alunos não vão”, disse Ana Seres na manhã desta segunda-feira (25), em entrevista coletiva à imprensa.

A secretária confirmou também durante a entrevista, que o governo está processando o desconto em salário dos dias parados durante a greve dos professores. Ela lamentou as mobilizações da APP Sindicato nesta manhã  em frente aos Núcleos Regionais de Educação (NREs), impedindo a entrada de funcionários e o andamento dos trabalhos. São os núcleos que repassam à secretaria os relatórios de faltas dos professores. “Lamento tudo isso, pois os Núcleos Regionais têm que trabalhar, inclusive nos passando os relatórios de faltas”, explicou Seres.

O sindicato da categoria acusa o Governo do Estado de usar telefone, e-mail e mensagens para intimidar os educadores a retornarem ao trabalho ou terão os dias descontados do salário. “Esta é uma prática antissindical. A greve é um direito legítimo e garantido pela constituição federal”, afirma Hermes Silva Leão, presidente da APP-Sindicato.

O presidente do sindicato afirma que não há ação julgada sobre a abusividade da greve. A APP-sindicato entrou com recurso na decisão do desembargador Luiz Mateus de Lima. “Vamos até ao supremo, se for necessário, para garantir o sagrado direito de nos manifestar”, destacou Leão.

Prejuízos

As faltas injustificadas geram diversos prejuízos à carreira dos professores, não apenas demissão. Com apenas uma falta, por exemplo, já há prejuízo na progressão na carreira. Com qualquer número de ausências em sala de aula fica comprometida a classificação em concurso para remoção (mudança de escola) e a partir da quinta falta o profissional pode perder o direito à licença especial (a cada cinco anos).

25 maio 2015, às 00h00.
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