por Redação RIC.com.br
com informações da Agência Brasil

Durante a pandemia, houve aumento de casos de feminicídio e do número de medidas protetivas concedidas. Um grupo de cientistas acredita que estes dados são fortes indicadores de subnotificação dos casos de violência contra as mulheres.

De acordo com pesquisadoras da Universidade Federal do ABC (UFABC) e integrantes da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas (RBMC), houve aumento de 1,9% dos feminicídios e de medidas protetivas em muitas delegacias e a diminuição de 9,9% de registros policiais de casos de violência contra a mulher, em relação a 2019. Para elas, esses dados demonstram a importância dos serviços de proteção à mulher, que foram descontinuados com a pandemia e poderiam interromper o ciclo da violência.

“Se a mulher não consegue relatar e obter respostas no primeiro ciclo da violência, nos primeiros níveis desse ciclo, a gente sabe que os quadros obviamente se agravam para feminicídio, que é o ponto final desse círculo”.

explica a professora Alessandra Teixeira.

Alguns fatores específicos da mudança de rotina que ocorreu durante a pandemia podem ter afastado as mulheres das redes de proteção, como aumento do desemprego, o maior peso para as mulheres na divisão do trabalho, o fechamento das escolas e a falta de acesso a outras vivências cotidianas fora de casa.

“Já era deficitário [o sistema de proteção] e a pandemia provoca uma crise, um déficit ainda maior, aliado ao problema econômico. Com isso a gente vai ter, sem dúvida, um exacerbamento desse quadro [de violência]”.

aponta Alessandra

Carolina Gabas, também professora da UFABC, ressalta que a medida protetiva é fundamental, mas não garante que se está dando às mulheres a assistência integral necessária. Para ela, muitas vezes é necessário que haja acolhimento da mulher, além de monitoramento do cumprimento das medidas.

4 jun 2021, às 13h40. Atualizado às 20h19.
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