Chega de bandidos torcedores

Minuto Riva

por Guilherme Rivaroli
Publicado em 7 mar 2022, às 09h20. Atualizado em: 8 mar 2022 às 13h13.

O esporte mais apaixonante de todos. Sim, para muitos, isso é o futebol. Também o considero assim. Sou um torcedor apaixonado, que frequenta estádios e levo minha família junto. O amor pelas arquibancadas, que transmiti às minhas filhas, traz uma conexão, até com desconhecidos, descomunal. Nos estádios e arenas, a presença é muito forte de mulheres, famílias, crianças.

Era assim, ao menos. O que assistimos, hoje, é uma patifaria sem precedentes.

A graça do futebol está na simbiose entre torcedores – os de verdade – e os jogadores em campo. Por quase 2 anos, ficamos impossibilitados disso, por conta da pandemia. Na volta, o que assistimos? Violência sem tamanho, de todas as formas.

Aqui no Paraná, flagramos brigas em Maringá, Londrina e Curitiba. Sempre que há jogos entre os maiores clubes, temos violência. Vimos dentro do Willie Davids (com tiros disparados por policiais), do Couto Pereira, da Vila Capanema. Outros tantos, distantes dos locais, em brigas e confrontos acertados na internet. Não posso deixar de citar a invasão de campo, quando da queda do Paraná Clube.

No Rio Grande do Sul, houve brigas e até racismo.

Em Belo Horizonte, no último domingo, morte a tiros. O tumulto foi a 18 kms do estádio, entre atleticanos e cruzeirenses.

Em comum? Em todas as confusões, como explicitam as imagens, grande parte dos envolvidos vestidos com camisas de torcidas organizadas, instituições que portam CNPJ, diretorias eleitas, portanto, passíveis de punições cíveis e criminais. Armas e drogas, não raras vezes, são apreendidas nas sedes, ônibus e deslocamentos das uniformizadas.

Como mudamos isso? Essencial é o fim de suporte dos clubes com torcidas organizadas, pararem de ceder ingressos, bancarem viagens e auxiliarem financeiramente essas “empresas”. Muitas vezes, usam dos símbolos dos times, não pagam nada de direitos e ainda mancham as marcas.

Segundo: extinção total dessas “torcidas”, que custam muito mais caro do que o retorno que dão, com a festa que fazem. Aqui entra o “x” da questão: o que tem feito o MP do Consumidor, responsável pela guarda e cumprimento do Estatuto do Torcedor? Neste conjunto de leis estão determinados direitos, deveres e punições aos torcedores e clubes. No Paraná, com relação à violência nos estádios e jogos, nada parece ter sido feito, ao menos não está visto pela população. Está faltando autoridade, relegando tudo às polícias Civil e Militar.

A atuação tem que ser forte, decisiva, perempitoria, ou, possivelmente, veremos mais tragédias acontecendo.

Vivas ao bom torcedor!

Punição aos bandidos travestidos de amantes do futebol. Amam a torcida, não seu times. O rol de crimes cometidos é num sem-número de possíveis condenações.

É hora de ação.

Chega de retórica (quando ela existe) rasa e ineficiente, ou veremos o futebol morrer em nosso país. Nem vou citar o que houve no México, tendo em vista que lá há questões de cartéis de drogas envolvidos.

Era isso.

Sorte e paz (no esporte também) !

Me siga nas redes sociais: rivarivaroli

Mostrar próximo post
Carregando