Comitê irá lutar pelo feriado do Dia da Consciência Negra na capital

Em uma reunião da APP-Sindicato, nesta última quarta-feira (6), foi lançado o comitê em defesa do feriado do Dia da Consciência Negra, que seria no dia 20 de novembro, em Curitiba. Ele se opõe à decisão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça que suspendeu o feriado municipal, sendo formado por mais de 20 entidades do movimento social negro, ONGs e sindicatos, como a APP, Sindicato dos Comerciários, CUT, Força Sindical e Terra de Direitos.

Aprovado pela Câmara Municipal no final de 2012 e vigente desde janeiro deste ano, o feriado foi uma grande conquista do movimento negro no Estado. No entanto, este marco foi contestado pela Associação Comercial do Paraná (ACP) e pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon-PR), que foram à Justiça tentar impedir o feriado, que celebra a data da morte do herói Zumbi dos Palmares e a luta de reafirmação do povo negro.

Como parte da estratégia, o comitê definiu uma série de ações para denunciar a desconstrução da luta negra na cidade: no dia 12, às 13h, acontece um ato público em frente ao Tribunal de Justiça (na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico), seguida de caminhada até a sede da ACP, no Centro da Capital. Também será entregue à população uma carta de repúdio à atitude da ACP e do Sinduscon-PR e à decisão do Tribunal de Justiça. Ainda será fomentada uma campanha de boicote ao comércio, incentivando as pessoas a não fazer compras no dia 20 de novembro, caso a decisão não seja revertida a tempo.

Combate ao racismo – Partindo de uma agenda de reivindicações históricas, o Dia da Consciência Negra tem como objetivo combater o racismo institucional e estrutural muito presente ainda hoje na sociedade, trazendo um efetivo debate acerca da contribuição dos negros na história não só de Curitiba, mas de todo país. O feriado, em 2012, já era realidade em 1.047 municípios brasileiros, de acordo com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), mas na capital paranaense esta conquista tem incomodado principalmente a classe patronal em razão dos possíveis prejuízos financeiros que ela pode causar.

7 nov 2013, às 00h00.
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