Convenção tumultuada surpreende e põe Requião na disputa ao governo

Numa convenção tumultuada, com episódios de embate físico, discursos acalorados, xingões, denúncias de compra de voto, corredor polonês para receber os convencionais e um resultado surpreendente, o PMDB decidiu lançar o senador Roberto Requião como candidato ao governo do estado.

ANÁLISE: leia o comentário do jornalista Oscar Röcker Netto

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Os prognósticos antes da convenção davam como certa a vitória da ala favorável à coligação com o PSDB do governador Beto Richa. Requião tentará seu quarto mandato como governador. (Confira abaixo a reportagem do RIC Notícias em vídeo)

O encontro realizado em Curitiba contou com cerca de 700 participantes, 574 deles com poder de voto. Votaram pela candidatura de Requião 319; 250 foram a favor da coligação; houve 4 votos nulos e 1 em branco.

O resultado tem um impacto grande na disputa eleitoral deste ano no Paraná.

“Altera o cenário”, avalia Mário Sérgio Lepre, cientista político e professor da PUC-PR. “O Requião talvez não seja competitivo para ganhar a eleição, mas dificulta bastante para os demais candidatos. Ele vai ser um franco atirador, não tem nada a perder.”

Já na opinião do diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, a candidatura de Requião é certeza de um segundo turno no Paraná. “Ainda é cedo para fazer qualquer previsão de favoritismo. Podemos esperar uma campanha combativa e eleição mais equilibrada”.

Os outros principais nomes da disputa serão o governador Beto Richa e a ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT).

Clima quente

O encontro em Curitiba teve quatro observadores enviados pela Executiva Nacional do partido e dezenas de seguranças privados. O clima foi tenso desde antes das 9 horas, quando começou o evento. Grupos pró e contra Requião se estranharam na entrada da Sociedade Urca. Houve empurrões e troca de ofensas durante todo o encontro.

O ex-governador Orlando Pessuti, ex-aliado e hoje rompido com Requião, disse que o senador nunca trabalhou para a unidade do partido, mas somente para si próprio.

Aos gritos de “Fora, mercenários” e vaias, partidários do agora candidato tentavam intimidar os demais convencionais.

Quadro nacional

A candidatura própria se alinha à preferência da Executiva Nacional do partido.  Em visita recente ao Paraná, o vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, disse que preferia candidatura peemesdebista no estado, mas respeitaria a decisão do partido no Paraná.

Com uma votação rachada, o PMDB nacional decidiu manter a coligação com o PT nas eleições presidenciais deste ano.

Com a decisão de sexta, a petista Dilma Rousseff poderá ter palanque extra no estado, além do da ex-ministra Gleisi Hoffmann.

20 jun 2014, às 00h00.
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