Exames de paciente com suspeita de ebola são enviados para Belém

O africano da Guiné Souleymane Bah, de 47 anos, suspeito de infecção por ebola, está fazendo exames iniciais no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro. A unidade é um centro de referência escolhido pelo Ministério da Saúde para o tratamento de suspeitos da doença no Brasil. Sobre o estado de saúde do paciente, o ministério informou que “até o início da noite de ontem (9), estava subfebril e não apresentava hemorragia, vômitos ou quaisquer outros sintomas. Está em bom estado geral e, mantido em isolamento total”.

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Souleymane Bah foi transferido de avião, na manhã desta sexta-feira (10), de Cascavel, no Paraná – onde recebeu atendimento na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Brasília – para o Rio e ainda não há previsão de qualquer informação sobre os resultados dos exames que, segundo o professor especializado em doenças infecciosas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edimilson Migowiski, deve ter o diagnóstico feito por uma unidade da Fiocruz em Belém, no Pará. “Esse foi o desenho que foi feito. Tratar o paciente no Rio de Janeiro e mandar o material para confirmar ou descartar em Belém do Pará. A Fiocruz é uma casa clássica em relação a doenças infecciosas. O instituto é um hospital que tem este perfil e esta finalidade. Foi bem escolhido e é um dos mais importantes do país ”, explicou em entrevista.

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De acordo com o infectologista, embora o paciente não apresente todos os sinais de contágio da doença, o isolamento é necessário para evitar que a doença se espalhe pelo país. “Frente a elevada letalidade do ebola tem que se pecar pelo excesso. Se o paciente veio de uma área com circulação do vírus e chega aqui, mesmo que seja com sinal brando, com febre baixa e quadro clínico não tão exuberante quanto o ebola costuma manifestar, ainda assim, acho que todo o rigor deve ser feito, no sentido de limitar o contato desse paciente com outras pessoas e mantê-lo isolado até que o diagnóstico seja confirmado ou descartado”, informou. “Esse rigor da Saúde Pública para este caso me parece perfeito”, disse.

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Edimilson Migowski informou que até o momento não há medicamentos específicos para o tratamento de contaminação pelo ebola. Ele adiantou que está à disposição dos pesquisadores da Fiocruz para um trabalho conjunto nesta área. “Neste momento não existe medicamento específico. O que pretendo conversar com eles é sobre a possibilidade de alguns antivirais de que a gente pode tentar lançar mão. A universidade não pode se distanciar em uma situação como esta. Tem que se aproximar. Se a Fiocruz, que é extremamente competente, e no meu entendimento, é o suficiente, achar que vale a pena conversar, eu me coloco à disposição. Somos entidades federais com a finalidade de promoção de saúde e interesse na pesquisa”, esclareceu.

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O africano Souleymane Bah, que é comerciante, nasceu no dia 1º de janeiro de 1967, tem o 1º grau completo e, de acordo com documento do Ministério da Justiça, fez o pedido de entrada no Brasil no dia 23 de setembro, na delegacia da Polícia Federal em Dionísio Cerqueira (SC), na fronteira com a Argentina. Ele saiu da Guiné, passou pelo Marrocos, pela Argentina e de lá entrou no Brasil com destino a Cascavel.

Epidemia

O mundo vive hoje a pior epidemia de ebola da história. Foram registrados 8.011 casos na Guiné, Libéria e Serra Leoa, com 3.857 mortes, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde. Nigéria, Senegal e Estados Unidos e Espanha apresentaram transmissões localizadas. Juntos, foram contabilizados nestes países 21 pacientes com a doença e 8 mortes.

10 out 2014, às 00h00.
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