Feliz empresa nova. Empresários que bateram de frente com a crise e mudaram seus negócios
Nós, brasileiros, temos muitas habilidades, uma delas é a versatilidade com a qual lidamos com as mudanças repentinas nos cenários político e econômico.
Versatilidade essa, que nos ajudou na hora de mudar todo o rumo das nossas empresas impostas com a pandemia do COVID19.
Vimos empresas que nunca tinham usado as redes sociais e as plataformas de vendas on line, a terem que aprender do dia para a noite, literalmente, a vender seus produtos. Muitas, constataram que além de aprender a vender de uma forma diferente, em um local diferente, também precisariam mudar seu portfolio de produtos e serviços para garantirem suas existências.
No sudoeste do Paraná, a Cash local, startup que surgiu com o propósito de fortalecer o comércio local através da fidelização dos clientes, viu com a pandemia, surgirem novas demandas do mercado como o troco virtual, vitrine virtual e campanhas de marketing dentro do seu aplicativo. Foi um crescimento que eles não estavam esperando relata Thiarles Prado, founder da Cashlocal.
Para o Andre Neckel, founder da startup Jumi Robo o impacto foi tremendo já que o foco das soluções da sua empresa são voltados para o ramo de restaurantes que servem comida por kilo. Uma semana antes do decreto da situação emergencial, nós já sentimos o efeito da pandemia. Imediatamente, a empresa adotou o home office e interrompeu a produção das balanças de kilo utilizadas nos estabelecimentos. Além disso, buscamos fortalecer a comunicação com nossos clientes utilizando as redes sociais e unimos força e conhecimento para auxiliar os estabelecimentos a se prepararem para o novo normal. Acreditamos que é possível sim se manter no mercado implementando as devidas medidas e automatizando alguns processos, finaliza Andre.
Para a doceira Cleo Guimarães, o receio inicial dos impactos da crise, a fez cancelar os pedidos que tinha feito com os fornecedores, pois imaginou que não teria a mesma demanda da páscoa do ano anterior e queria preservar seu caixa. Só que para sua surpresa, a demanda cresceu acima do esperado, ela teve que aprender a usar os aplicativos de entrega para atender as demandas que surgiam com os anúncios que ela intensificou nas redes sociais como instagram e whatsapp. A observação dos seus clientes a fez perceber que as pessoas estavam fazendo as suas encomendas para agradar um amigo nesse momento tão delicado. Elas faziam suas encomendas e pediam para que enviássemos juntos um cartão com palavras de conforto e carinho. Cleo, diz ter recebido ajuda de parceiros e pessoas conhecidas na divulgação da sua empresa. Notei um aumento considerável na solidariedade entre os micro e pequenos empresários.
Outro segmento bastante afetado com a pandemia, foi o de eventos. A fotografa Jessika Ruiz viu todo seu planejamento de 2020 ruir com a decretação das medidas restritivas. Antes da pandemia, eventos e festas em família estavam a todo vapor. As pessoas passaram a se planejar mais financeiramente para esses momentos. Eu tinha muitos amigos e parceiros que abririam em 2020 seus espaços físicos de buffets e ateliês.
Para lidar com essa nova realidade, a fotografa passou a oferecer ensaios individuais, de famílias, gestantes onde ela dirige as pessoas de longe, tomando todos os cuidados com a a higienização dos equipamentos, roupas e dela própria. Incorporou o álbuns em seu portfolio de produtos e está com os esforços direcionados para o seu site que oferecerá fotos em canecas, álbuns, quadros, entre outros produtos com fotos que estão em estudo.
Marcio Lousada um ator de teatro que estava em cartaz com duas peças que passariam pelas principais capitais brasileiras viu com o decreto, todos os espetáculos em que atuava serem cancelados. Diante disso, ele e seu amigo Hugo Pierre investiram na Pligo uma plataforma de evento digital que planeja, produz, organiza e executa eventos digitais corporativos. A IBM foi o primeiro cliente da dupla que já está trabalhando na ampliação do portfolio de produtos por conta da demanda que surge a cada dia.
Na área de construção civil, temos o exemplo da Smart Sky Tech Hub. A startup criou o braço de solução de serviços de técnicos para entrega de produtos digitais e estão desenvolvendo uma plataforma que será um marketplace de serviços de engenharia. A plataforma vai conectar engenheiros, pilotos de drone, câmera 360, realidade aumentada, realidade virtual, desenvolvimento de projetos de engenharia a construtoras. A previsão é que a plataforma já esteja funcionando em meados de outubro. A mudança foi impulsionada pelo COVID 19 que fez com que a empresa percebesse que eles não poderiam ter somente tecnologias estrangeiras em seu portfólio. Com a alta do dólar, ficou inviável, algumas empresas recuaram em seus investimentos em novas tecnologias, diante das incertezas do mercado. Como os Smarts Pilot, Engineer são do Brasil todo facilitam a escalabilidade do negócio. Precisávamos ter soluções locais, enfatiza Joseane Borges, Diretora Comercial da Smart Sky Tech Hub.
Já a ninho digital, uma empresa de marketing digital, viu a demanda dos seus clientes mudarem com a pandemia. Antes, fazíamos estudos e planos para três meses. Com a pandemia, nos vimos com a missão de auxiliarmos nossos clientes a utilizarem suas redes sociais para comunicar seus clientes sobre as mudanças nos horários de atendimento, formato de atuação, portfolio, entregas e vendas. Tudo precisava ser feito de forma muito clara e rápida para que nossos clientes não perdessem mercado e não deixassem seus clientes desamparados de informações.
Exemplos de empresários que mesmo diante do mar de dificuldades que encaremos todos os dias, abriram o peito e encararam a crise de frente. Ainda tem muita água para rolar e vamos trazendo as atualizações para compartilharmos com vocês.
