Greve dos caminhoneiros chega ao oitavo dia

Um novo acordo foi oferecido na noite deste domingo (27) aos caminhoneiros, mas nenhum prenunciamento por parte da categoria foi realizado (Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

Um novo acordo foi oferecido na noite deste domingo (27) aos caminhoneiros, mas nenhum prenunciamento por parte da categoria foi realizado

*Com informações do repórter Marcelo Borges, da RICTV Curitiba, PRF e PRE

A greve dos caminhoneiros, contra o aumento do óleo diesel, completa oito dias nesta segunda-feira (28). Apesar das propostas realizadas pelo Governo Federal, ao que tudo indica, os protestos irão continuar.

Durante o domingo, vários pontos de bloqueios foram registrados ao longo da BR-116. Enquanto os pontos de paralisação eram mantidos, o Governo anunciou novas medidas para a redução do preço do litro do diesel. O desconto de R$ 0,46 será mantido por 60 dias, que é o dobro do prazo inicial.

O argumento foi repassado para o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores, Diumar Bueno, mas nenhuma informação foi divulgada sobre a decisão dos caminhoneiros. Durante a madrugada, a equipe de reportagem da RICTV | Curitiba tentou ouvir a opinião dos manifestantes, mas eles preferem esperar a decisão de toda classe.

Após uma reunião na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), da Petrobras, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, caminhoneiros, motoboys e motoristas de aplicativos, resolveram liberar o gás de cozinha.

De acordo com a categoria, os preços devem ser os mesmos praticados antes do início da manifestação, caso contrário, o fornecimento será interrompido mais uma vez.

A Federação das Empresas de Transportes de Cargas dos Estado do Paraná (Fetranspar), que representa mais de 22 mil empresas, se posicionou favorável ao encerramento da paralisação dos caminhoneiros autônomos em todo país. Por meio de nota, a federação afirmou que a pauta dos profissionais estão sendo atendidas pelo Governo Federal e Estadual. “Mesmo com a demora do Governo Federal em se movimentar em relação a paralisação, as medidas são positivas e vão dar mais segurança para autônomos e empresários”, avalia o presidente da FETRANSPAR, Coronel Sérgio Malucelli. 

Desde o início das paralisações, há uma semana, a Federação se mostrou favorável ao conteúdo da pauta levantada pelos autônomos. Mesmo não fazendo parte da organização das manifestações, a Federação contribuiu para que essas reivindicações ganhassem também a atenção estadual. “Ontem, em reunião com o Governo do Paraná, a classe também foi ouvida em reivindicações antigas e que darão um maior fôlego para quem vive do transporte de cargas em nosso Estado”, destaca Coronel Malucelli. 

Estradas

De acordo com balanço realizado pela Polícia Rodoviária Estadual (PRE), às 6h10, existem 157 pontos de protestos nas rodovias estaduais. Já a Polícia Rodoviária Federal (PRF), não divulga balanços desde a noite de sábado, quando tinham 60 pontos de bloqueio.

Trabalhadores autonômos realizaram uma manifestação pedindo o fim da paralisação, na BR-116, já que sem caminhões eles não tem trabalho. Ao chegar no local, equipes da PRF negociaram a liberação parcial da rodovia, que chegou a ser totalmente bloqueada por alguns instantes.

Combustível

Em Curitiba, 90% dos postos de combustíveis estão fechados. O restante, que ainda possuí gasolina, atende prioritariamente viaturas operacionais dos serviços essenciais de saúde e segurança. Diversos condutores formaram filas nos estabelecimentos esperando conseguir gasolina ou álcool, mas de acordo com o dono dos postos de combustível, apenas veículos oficiais serão abastecidos, frustrando os consumidores.

Uma liminar favorável aos desbloqueio do terminal de carregamento de combustíveis de Araucária, na região metropolitana de Curitiba, foi divulgada nesta segunda-feira (28) após um pedido do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Estado do Paraná (Sindicombustiveis).

Aulas

De acordo com a Prefeitura de Curitiba, as aulas na rede municipal continuam mantidas e quatro, dos 32 núcleos de educação, suspenseram as aulas na rede estadual. As cidades são: Pitanga, Londrina, Guarapuava e Ivaiporã. Os municípios de Cerro Azul, Doutor Ulisses, Itaperuçu, Rio Branco do Sul, Campo Magro, Almirante Tamandaré, Campo Largo, Mandirituba, Piên, Quitandinha e Tijucas do Sul suspenderam as aulas. Algumas universidades também resolverão suspender as aulas como reflexo da greve dos caminhoneiros, confira a lista

Transporte coletivo

A circulação de ônibus em Curitiba está funcionando normalmente, de acordo com a Prefeitura. Na semana passada, escoltas foram feitas para garantir diesel até as empresas de transporte e, com isso, o transporte coletivo está mantido. Em Londrina, no norte do Paraná, a circulação dos ônibus também está normal. Na última sexta-feira (25), as empresas ganharam uma liminar para que uma escolta de um caminhão-tanque fosse realizada e o abastecimento do transporte coletivo fosse normalizado. Em Maringá, também no norte do Estado, o transporte coletivo está normalizado.

Em Ponta Grossa, Francisco Beltrão, Umuarama, Cascavel e Foz do Iguaçu, os ônibus estão rodando com número reduzido.

28 maio 2018, às 00h00.
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