Justiça condena médicos que retiraram testículo de jovem

Os médicos fizeram uma leitura equivocada da ultrassonografia e se omitiram ao não requerer novos exames (Foto: Pixabay)

Juiz determinou pagamento de R$ 70 mil por dano moral ao entender que profissionais foram negligentes com ultrassonografia

A Justiça condenou dois médicos a pagarem R$ 70 mil de indenização por dano moral a um jovem em Belo Horizonte que teve o testíticulo direito retirado, em abril passado, após um diagnóstico errado.

Os médicos fizeram uma leitura equivocada da ultrassonografia e se omitiram ao não requerer novos exames. Sem o diagnóstico correto, a retirada do órgão foi inevitável. Em abril deste ano, o paciente apresentava fortes dores e inchaço testicular e, por isso, procurou atendimento. O médico solicitou um exame de ultrassonografia a outro especialista sob a hipótese de storção testicular.

O exame atestou “epididimite no lado direito do testículo” e o paciente foi medicado com analgésicos. Ainda assim, as dores aumentaram e o quadro se agravou nos dias seguintes. Após procurar um terceiro médico, o paciente foi diagnosticado com “sinais ecográficos de torção do cordão espermático”.

Com o novo laudo, o jovem fez a cirurgia 12 dias da primeira consulta. A sentença é do juiz da 28ª Vara Cível de Belo Horizonte, Joaquim Morais Júnior, que sentenciou os profissionais a pagarem a quantia, solidariamente, por negligência e danos morais à vítima. Para o juiz, o primeiro médico que atendeu o cliente solicitou a realização de um ultrassom para avaliar a circulação dos vasos sanguíneos e o fluxo de sangue no órgão, mas o outro especialista realizou um exame bem mais simples, reduzindo a possibilidade de preservação do testículo.

Segundo o laudo pericial, não foram cumpridas as normas técnicas que determinam a realização de um exame conhcido como Doppler colorido, essencial para a diferenciação entre a epididimite e a torção testicular.

14 set 2018, às 00h00.
Mostrar próximo post
Carregando