Uma mulher resolveu vender máscaras para ajudar uma ONG com 200 animais de rua durante a pandemia do novo coronavírus, em Curitiba. Desde então, a família da fisioterapeuta Ana Cristina Lazinski, de 58 anos, tem vivido entre máscaras e patinhas.

Durante o período de crise da Covid-19, muitas ONGs acabaram sofrendo o impacto do isolamento social, o que consequentemente causou uma queda no número de ajuda que recebiam. E foi exatamente aí que o auxílio de Ana mudou uma realidade dura.

Mulher vende máscaras para ajudar animais carentes: venda é 100% doada à ONG Violeta Vive

Tudo começou quando a filha de Ana, Izabela, disparou uma mensagem aos contatos de seu telefone pedindo ajuda a ONG Violeta Vive, onde é voluntária ao lado do marido aos finais de semana.

máscaras para ajudar ong

(Foto: arquivo pessoal)

Conforme Ana, assim que recebeu a mensagem a ideia da costura veio à tona, e foi então que a mulher decidiu vender máscaras para ajudar os animais de rua em Curitiba.

“Tenho muito tecido e tem umas sobras, e eu estava fazendo as máscaras pro pessoal aqui de casa, e aí ela mandou esse folder. Na hora tive a ideia de fazer 150 máscaras e vender por R$ 5 e converter o valor para essa ONG”, relembra.

Para a surpresa de toda a família, o universo online trouxe muitos mais pedidos do que o esperado. Hoje, Ana ainda conta chocada que já produziu mais de mil máscaras para ajudar os animais.

ANA MÁSCARAS

(Foto: arquivo pessoal)

“E aí menina, aconteceu o que aconteceu. O povo começou a ligar, pedir, pedir. Foram mais de mil pedidos de máscaras. Tive que pedir pra ela tirar a mensagem do ar porque não tenho condições de aceitar nada. Mas, mesmo assim todo dia eu recebo de 25 a 30 pedidos de máscara. Comecei a colocar em lista de espera”, conta Ana.

Juntos somos mais fortes: todo mundo entrou na dança

Com a alta demanda e um time de peso pra ajudar, a família toda começou a se envolver na produção das máscaras: nem o gato chamado de Gordo escapou da confecção.

“Comecei a ficar nervosa porque era muita coisa. Aí todo mundo ajudou. Nós gostamos muito disso sabe. Meus filhos são muito solidários. Todo mundo entrou na dança. Meu marido cortou pilhas e pilhas de tecido, a minha filha fica cuidando da parte administrativa de entregas e atendendo ao telefone, e meu filho muito compreensivo faz. A gente não podia parar”.

De acordo com Ana, as máscaras confeccionadas são 100% algodão. “Eu uso tricoline e são dupla face, ou seja, podem ser usadas dos dois lados”.

Agora, depois de tantas vendas, um novo plano de ação foi organizado pela família, que comprou mais tecido e elástico para continuar a produção com novo preço: R$ 10 a unidade.

mascaras caseiras

(Foto: arquivo pessoal)

“Eu vou fazer uma nova campanha. Não vou pegar encomendas porque eu fiquei muito ansiosa de não conseguir entregar. A gente está atendendo as pessoas, estamos colocando uma lista de espera, e eu vou mandar mensagem para quem está na lista e vou continuar direcionando para instituições de caridade, só vou tirar o que eu preciso investir porque eu tive que comprar mais tecido”, explica.

Para Ana, agora não é hora de ficar criticando, é hora de ser solidário. Agindo assim, todos podem sair melhores de toda a crise.

“Eu fico muito mais feliz sabendo o que eu posso fazer, e se vierem me pedir eu dôo. É o momento de todo mundo dar as mãos e ajudar o outro da forma que for possível”.

Para comprar as máscaras caseiras feitas pela família de Ana, basta entrar em contato por mensagem em dois telefones: (41) 99661-0387 ou (41) 99687-0349.

Toda ajuda é bem-vinda

Para Ricardo Miike, fundador da ONG Violeta Vive, a atitude foi surpreendente. “Primeiro pelo voluntariado e também pelas encomendas que estão nos surpreendendo”, conta.

Com pouco mais de 200 animais de rua, são três toneladas de ração e outras despesas como castração, funcionários, vacinas e anti-parasitários pra cuidar, o que totaliza cerca de R$ 16.500 por mês.

ong violeta vive

(Foto: arquivo pessoal)

Além disso, Miike explica que as atividades que permitem maior movimento para a adoção de cães de rua diminuiu muito em função da crise gerada pelo novo coronavírus.

“Nós ONGs reduzimos quase a zero nossas campanhas de adoções presenciais, conhecidas por “feirinhas”, conclui.

Ajuda

Caso você de casa queira ajudar a ONG, basta entrar em contato com Ricardo Miike por meio do telefone (41) 9266-2555.

violeta vive

(Foto: arquivo pessoal)

17 abr 2020, às 00h00. Atualizado em: 1 jul 2020 às 14h46.
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