por Redação RIC.com.br
Com informações do Estadão Conteúdo e R7

O Ministério da Saúde anunciou que vai liberar a partir de sexta-feira (27) 3,4 milhões de unidades do medicamento cloroquina para que os médicos possam avaliar seu uso em pacientes graves do novo coronavírus, que já matou 57 pessoas no Brasil. Foi elaborado um protocolo, que prevê cinco dias de tratamento, sempre dentro do hospital e monitorado por um médico, em razão de seus efeitos colaterais. O remédio é utilizado no tratamento de malária, lúpus e artrite.

O alerta principal é para as pessoas: esse remédio só pode ser usado pelos médicos, se entenderem que é necessário. “O que o Ministério da Saúde está fazendo é deixar no arsenal, deixar à mão do profissional médico. Se ele entender que o paciente grave pode se beneficiar, o que vamos fazer é deixar esse remédio ao alcance dele”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

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O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Denizar Viana, destacou, mais uma vez, que o uso será restrito. Ele disse que, no caso dos pacientes graves, os benefícios podem superar os riscos. “Esse medicamento não é indicado para prevenção. Não é indicado para os sintomas leves”, disse Denizar.

Segundo o Ministério da Saúde, a cloroquina demonstrou ter ação contra o vírus em laboratório. O presidente Jair Bolsonaro também afirmou que o uso tem sido eficaz. Também há indicação de melhora nos pacientes graves. Por outro lado, o Ministério da Saúde ressaltou que ainda é preciso evidências clínicas mais robustas. “A única evidência mostra aparente redução da carga de vírus em secreções respiratórias”, informou a pasta.

Apesar de ser usado para outras doenças, a cloroquina e sua variante hidroxicloroquina são drogas experimentais para o tratamento do covid-19. O medicamento apresentou resultados positivos em estudos preliminares feitos por pesquisadores da China e da França, quando usado junto com um antibiótico para combater infecção pulmonar. No entanto, ainda faltam evidências científicas e testes clínicos que comprovem a eficácia do remédio contra a doença causada pelo novo coronavírus.

Autoridades recomendam que não use a cloroquina em casa. Foto: Ilustrativa.

Não use em casa!

Como disseram o ministro da saúde e o secretário de Ciência, este remédio só deve ser usado pelos médicos. Recentemente, um norte-americano morreu, na cidade de Phoenix, no Arizona, depois de se automedicar com fosfato de cloroquina na tentativa de curar coronavírus. A mulher deste homem também usou o remédio e está internada em estado grave.

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Por conta desse registro, é importante que as pessoas não tentem se automedicar em casa com a cloroquina, pois podem acabar complicando o quadro clínico. “Dada a incerteza em torno do covid-19, entendemos que as pessoas estão tentando encontrar novas maneiras de prevenir ou tratar esse vírus”, disse em comunicado o diretor do Banner Health, Daniel Brooks. “Mas a automedicação não é a maneira de fazer isso”.

25 mar 2020, às 00h00. Atualizado em: 1 jul 2020 às 14h50.
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