Mobilização tenta evitar o sacrifício de quase 200 animais em Curitiba

Animais que estavam sendo criados e comercializados de forma ilegal por dez famílias, que habitam irregularmente uma no Tatuquara, devem ser encaminhados para abate. (Foto: Valdecir Galor/SMCS)

Espécies foram apreendidas em uma área de invasão no Tatuquara

Protetores de animais estão se mobilizando nas redes sociais para tentar evitar o sacrifício de aproximadamente 200 animais, que foram apreendidos na manhã de terça-feira (31) durante uma fiscalização de equipes da Prefeitura de Curitiba a uma área de invasão na Reserva do Bugio, situada na Área de Proteção Ambiental do Rio Barigui, no bairro Tatuquara. No local vivem cerca de 10 famílias que criavam de maneira irregular centenas de animais que posteriormente eram comercializados.

No local foram encontrados dois cavalos, seis ovelhas, sete vacas e 50 aves (galinhas, gansos, patos, perus e marrecos), que foram recolhidos por equipes da prefeitura ainda na tarde de ontem. Outros 130 porcos, que ainda estão na área de invasão, deverão ser encaminhados para abatedouros posteriormente. Segundo a prefeitura, os animais eram criados em meio ao lixo hospitalar e, por isso, apresentam riscos à saúde caso sua carne ou derivados sejam consumidos. “Os animais estavam sendo criados em meio ao lixo, inclusive hospitalar, sem nenhum controle fitossanitário, sendo impróprios para o consumo humano por oferecer risco à saúde”, explicou o médico veterinário Fabiano Cruzara, coordenador da ação.

Grupos de proteção se mobilizam para evitar o sacrifício

Várias correntes e mobilizações em grupos de proteção nas redes sociais pedem que os animais não sejam abatidos. Centenas de pessoas compartilharam as informações sobre o caso e demonstram indignação com o sacrifício. “É só não comercializar a carne e derivados, prefeitura. Deixem os animais vivos. Cavalos não são usados para consumo. Para que sacrificar os animais?”, dizia uma das postagens.

O Grupo Força Animal, de Curitiba, se prontificou a acolher todos os 64 animais resgatados na tarde de terça-feira em seu rancho, localizado na Região Metropolitana de Curitiba. O grupo entrou em contato com a prefeitura desde que tomou conhecimento do caso para formalizar a proposta e evitar o posterior abate dos animais. De acordo com o grupo, a equipe jurídica deve percorrer órgãos públicos na quinta-feira (2) para protocolar por escrito o pedido de tutela dos animais apreendidos. Ainda segundo eles, a coordenação da Rede de Proteção Animal de Curitiba garantiu que, até que a questão seja resolvida, nenhum animal será sacrificado.  

Prefeitura analisa caso

De acordo com a assessoria da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, o caso está sendo analisado judicialmente para verificar se a doação desses animais é legal e de que forma seria feita a fiscalização para comprovar que a carne e os derivados dos bichos não seriam consumidos, por haver riscos à saúde humana.

Apenas depois da análise legal do caso é que a prefeitura irá entrar em contato com o grupo de protetores para se posicionar se a doação desses animais é correta e não trará nenhum tipo de risco à saúde, informou a assessoria. Até que seja tomada uma decisão, os animais ficarão em um período de quarentena de 10 dias. Até lá, eles permanecem abrigados no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).  

Animais poderão ser adotados

Em nota, a Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba afirmou que os animais estão sob os cuidados da Rede de Proteção Animal de Curitiba e que, após um período de quarentena, poderão ser encaminhados para adoção. “Estamos em contato do com a Rede de Defesa e Proteção Animal de Curitiba (RDPA) sobre o destino dos animais apreendidos no Tatuquara. Todos os animais entre cavalos, ovelhas, vacas e aves (galinhas, gansos, patos, perus e marrecos) poderão ser adotados após quarentena, desde que haja garantia que não serão utilizados para o consumo (nem seus derivados) e serão separados de outros animais, conforme posicionamento da RDPA”, afirma a nota.

O contato para adoção será divulgado na sequência, mas famílias interessadas na adoção dos animais podem enviar email para institucional@spacuritiba.org.br.

1 jun 2016, às 00h00.
Mostrar próximo post
Carregando