Morte em frente à UPA do Fazendinha pode demorar até 30 dias para ser apurada

A vítima precisou aguardar por mais de três horas por atendimento na UPA e faleceu na calçada, ao lado do marido

As investigações da Prefeitura de Curitiba sobre a morte de Maria da Luz das Chagas dos Santos do lado de fora da UPA Fazendinha, no último dia 23 de junho (Clique aqui e leia mais), pode demorar até 30 dias para terem um laudo conclusivo. A apuração será acompanhada na Prefeitura pela vereadora Noemia Rocha (PMDB, que faz parte da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Curitiba. A parlamentar foi escolhida nesta terça-feira (30) em reunião entre os parlamentares e o secretário municipal de Saúde, Adriano Massuda.

A comissão montada pela Prefeitura para apurar o caso é composta pelos médicos Gerson Zafalon Martins e Petersom Anderson de Souza e pelas enfermeiras Giovana Fratin e Ester do Nascimento Ribas. Os profissionais compareceram ao encontro no Legislativo e atualizaram o andamento da investigação. “Somos uma comissão preliminar, cujas respostas poderão embasar outros procedimentos dos conselhos profissionais, se for constatada infração étic.. Não pode ter prejulgamento”, explicou Martins, que preside a apuração.

“Temos um prazo de 30 dias para concluir o trabalho, mas esperamos concluí-lo antes dessa data limite, antes do final de julho. Já estudamos os documentos, o prontuário médico da paciente, e começamos a ouvir os funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA)”, adiantou o presidente da comissão de apuração preliminar. “É importante frisar que não se trata de uma sindicância, que é outro procedimento administrativo, que envolveria a Procuradoria-Geral do Município, e que se for ocorrer é posterior ao trabalho dessa comissão”, reforçou Massuda.

A vereadora Noemia Rocha passará a ser convidada para participar das oitivas e analisar os documentos relacionados ao caso, assim como um representante do Sismuc (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba) já vem fazendo. “A Comissão de Saúde, composta por mim, e pelos vereadores Chicarelli (PSDC), Valdemir Soares (PRB), Paulo Rink (PPS) e Mestre Pop (PSC) vai acompanhar o caso”, frisou a parlamentar.

Os vereadores presentes na reunião afastaram a possibilidade de uma comissão parlamentar de inquérito no momento. “Antes de pensar numa CPI, é preciso passar pela investigação preliminar. Não podemos brincar com o sentimento das pessoas, nem fazer política com uma situação séria como essa”, defendeu o verador Paulo Salamuni (PV), líder do governo na Câmara.

“É nossa obrigação pedir que a secretaria municipal de Saúde reforce o número de profissionais nas unidades”, completou o parlamentar Valdemir Soares. Ele e Chicarelli questionaram o procedimento de triagem nas UPAs, defendido por Adriano Massuda por ser um sistema utilizado internacionalmente. “Não podemos generalizar a situação, pois isso sobrecarrega os trabalhadores da Saúde. O atendimento de urgência e emergência já é tenso, pela natureza da atividade”, pediu o secretário da Saúde.

“Nossa rede de atenção à Saúde realiza 360 mil consultas médicas por mês”, enumerou Massuda, “então temos que cuidar também desses funcionários e não desacreditar o trabalho”. Ele reforçou que as pessoas relacionadas diretamente ao falecimento de Maria dos Santos foram afastadas da UPA Fazendinha, assumindo funções administrativas, e que problemas no fluxo de atendimentos serão apurados e corrigidos.

A reunião entre a Comissão de Saúde, o secretário municipal e o grupo encarregado da apuração preliminar foi acompanhada também pelos vereadores Professora Josete (PT) e Serginho do Posto (PSDB), pelo ouvidor de Curitiba, Clóvis Costa, e pelo presidente do Conselho Municipal de Saúde, Adilson Tremura. Todos tiveram oportunidade de questionar a comissão encarregada da apuração e o secretário municipal, Adriano Massuda.

1 jul 2015, às 00h00.
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