por Caroline Maltaca
com informações da RIC Record TV

Há três meses, Patrícia Ortiz deitou para dormir se sentindo bem e acordou no dia seguinte sem conseguir mexer ou sentir seu corpo do pescoço para baixo. A situação além de surpreendente é muito preocupante, pois até o momento não há nenhum diagnóstico que explique o que aconteceu com ela e muito menos qual o tratamento que Patrícia deve seguir para que se recuperar.

“É muito difícil, estou me sentindo muito mal, me sentindo como se eu não tivesse valor nenhum, não servisse mais pra nada. É um sentimento terrível, às vezes a gente pensa que vai voltar ao normal, tem esperança, só que às vezes a gente vê que é tudo muito complicado. O SUS não cobre as coisas, não cobre exames, certas consultas, tratamento, medicação e a gente fica dependendo dos amigos”

relatou Patrícia.

A autônoma conta com o apoio de seu marido, Flavio Ortiz. Desde que sua esposa ficou tetraplégica, ele tem diminuído o atendimento no Pet Shop da família para cuidar em tempo integral de Patrícia. Entretanto, isso vem prejudicando a renda mensal, o que torna cada vez mais difícil pagar as consultas.

“Foi feito quatro ressonâncias, R$450 cada uma, e nada [foi descoberto]. [Consultamos] dois reumatologistas, três neuros e ninguém descobre nada”

explicou Flávio.

E não são só as consultas que pesam no bolso da família, Patrícia está gastando semanalmente R$ 400 em medicamentos que não são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Vaga em hospital

Segundo a autônoma, hospitais de Curitiba e Brasília não a aceitaram, utilizando a pandemia como empecilho. Porém, ela acredita que isso é exclusivamente devido ao tratamento ser muito caro.

“Eu acredito que é porque o tratamento é muito caro, dai eles não vão aceitando, tipo é só mais um: mais um que não vai andar, mais um que não vai se movimentar e vai deixando de lado”.

Diante de tantas dificuldades, Flavio entrou com o pedido no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Porém, até o momento o pedido está em análise.

Saudades das coisas simples

Uma vida transformada da noite pro dia, é assim que Patrícia pode resumir sua vida. Tendo duas filhas, a autônoma diz sentir saudades de fazer coisas básicas como comer sozinha, se virar na cama, ou até mesmo fazer carinho na caçula que parece não entender o que aconteceu com sua mãe.

“A primeira coisa que eu queria fazer quando eu ganhasse, pelo menos o movimento dos braços, era poder abraçar elas [minhas filhas], poder dar um carinho nelas, porque a mais novinha sente muita falta disso, fica toda hora perguntando se eu não posso abraça-la”

explica Patrícia.

O que Patrícia está vivendo é uma luta contra o tempo, quanto mais demorar para um diagnóstico preciso, mais riscos ela corre de ficar com sequelas graves.

“Muita gente tá ajudando, mas a gente precisava de um tratamento para ela, não sei se pelo SUS ou particular, mas alguém que faça o tratamento e veja o que ela tem. Um monte de médico fala que “ah, isso não é comigo” e fica aquela incógnita”

desabafa Flavio.

8 jun 2021, às 16h57. Atualizado às 16h58.
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