Pílula que previne HIV chega ao Brasil neste mês; entenda como funciona

Medicamento não dispensa outras formas de prevenção da Aids e conscientização sobre a doença (Foto: Adair Gomes/ Imprensa MG)

Remédio, que não substitui outras formas de prevenção, será distribuído inicialmente a grupos mais expostos ao vírus

Anunciada em maio deste ano pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a distribuição da pílula contra a infecção por HIV deve começar este mês.

O medicamento é dado a pessoas que não têm o vírus e será, inicialmente, oferecido para os grupos considerados mais expostos ao HIV – profissionais de saúde, homossexuais, homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e casais sorodiscordantes (aqueles em que um dos parceiros é soropositivo e o outro, não).

O remédio chama-se Truvada e é uma combinação do tenofovir com a entricitabina. Ele é fabricado pela companhia americana Gilead e já vem sendo utilizado há alguns anos. O Brasil, porém, é o primeiro país da América Latina a usá-lo como estratégia de prevenção como política de saúde pública, o que ocorre na França e na África do Sul. Em países como Estados Unidos, Bélgica, Escócia, Peru e Canadá, o medicamento é comercializado na rede privada. 

Cerca de 7 mil brasileiros devem ser beneficiados no primeiro ano da implementação. A meta é que 12 capitais do país façam parte do programa no início e todas elas ao final do primeiro ano.

O medicamento, vale lembrar, não deve ser visto como uma ação preventiva que dispensa outras, como o uso de preservativo, a testagem regular, a profilaxia pós-exposição, a testagem durante o pré-natal. Todos esses cuidados continuarão sendo divulgados pelo governo.

As evidências científicas disponíveis, de acordo com a diretora do Departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken, demonstram que o uso de antirretrovirais pode reduzir o risco de infecção por HIV em mais de 90%, desde que o medicamento seja tomado corretamente, já que a eficácia está diretamente relacionada à adesão.

O Truvalu  não substitui o uso da camisinha, reforça Adele, acrescentando: “Não é um medicamento que se pode tomar de vez em quando. Tem que ser diariamente. E ele só começa a fazer efeito sete dias para exposição por relação anal e 20 dias para exposição por relação vaginal”.

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11 dez 2017, às 00h00.
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