Quão bom e quão suave eram os pingos da chuva no rosto

Banco imagens pixabay.jpg

“A chuva no rosto nos causa uma sensação de liberdade e nos relembra o tempo de nossa tenra infância. Éramos inocentes e desencanados, preocupados eram nossos pais que nos repreendiam com medo do resfriado…”

Quando éramos crianças, não víamos a hora de chover para corrermos contra os pingos, o vento e as forças da natureza que lavavam nossa alma. Quando adultos, reclamamos da chuva, do sol, do frio, do calor, porque não queremos mais brincar, a vida ficou séria demais. Quando foi a última vez que corremos na chuva, cara ao vento, sem nos preocuparmos com mais nada, apenas com as energias do universo?

O médico psiquiatra e pensador Suíço, Carl Jung, disse: – Todos nós nascemos originais e morremos cópias. – Concordo com essa afirmação, à medida que passamos da tenra infância para a fase adulta, nos transformamos numa cópia do que o mundo quer que sejamos. Vamos deixando nosso lado de livre consciência para nos personificarmos e nos robotizarmos, nos tornando escravos de um tempo que não nos pertence.

Acabamos por viver uma luta constante entre nossa consciência e nossa personificação, buscando nosso espaço nos grupos sociais, criando afinidades, políticas e regras de relacionamento, conforme nossos objetivos e necessidades convergem com os do coletivo.

Um lado de nós quer viver como uma cópia, outro com a cara ao vento, na chuva, descalço, livre de qualquer apego material. Afinal de contas, podemos ter nosso momento de criança? Devemos! Precisamos de vez em quando esquecer todas as preocupações e obrigações adultas para curtir um pouco a chuva no rosto…

20 ago 2018, às 00h00.
Mostrar próximo post
Carregando