REPRESENTATIVIDADE

Minuto Riva

por Guilherme Rivaroli
Publicado em 12 nov 2021, às 12h04. Atualizado às 12h05.

MINUTOS DO RIVA: PRECISAMOS ACABAR COM O RACISMO ESTRUTURAL!

Os dados estatísticos demonstram e são oficiais, diretos IBGE: os pretos e pardos são 56% da população total e têm 3.8 x mais chances de morrer por violência que os brancos. Ainda revelam os números que 22% da população branca têm ensino médio completo, mais que o dobro do percentual entre os negros, que é de 10%. A mesma desigualdade se observa nos salários. Brancos ganham em média R$ 1.600,00, quase 700 reais a mais que o salário médio dos negros, que é de R$ 921. O IPEA também fez uma pesquisa reveladora – existem, no Brasil, 2 milhões de casas em favelas, com 8 milhões de moradores. Nesses locais, residências lideradas por mulheres e homens negros gira em torno de 63% do todo, ou seja, historicamente, o povo preto e pardo brasileiro, desde a época da abolição da escravidão, foi relegado às periferias e à falta de condições sociais, o nome “favela” se deriva daí, trazido da Guerra de Canudos, por soldados pretos que foram libertos, ao voltarem da batalha. É uma espécie de cacto que se via ao longe nos morros nordestinos.

Isso é causa de um racismo histórico e estrutural.

Porém, esse jogo começa a ficar mais equilibrado, pela representatividade. Conquistas que precisam ser incentivadas e mostradas.

Eu presencio um exemplo prático.

Sou católico e adoro frequentar diferentes igrejas, conhecer novas comunidades, observar.

Numa dessas paróquias, na região do Bom Retiro ( um dos metros quadrados mais caros da cidade, bairro rodeado de mansões) percebi a força desse frequentar de espaços não antes ocupados por pretos e pardos.

Uma família muita talentosa, formada por uma senhora negra e seu marido branco, tem 4 filhos. Hoje, eles são os responsáveis pelos louvores. Uma das meninas, ainda é a cantora dos salmos de resposta. A potência vocal e a qualidade no que fazem é incrível. No começo, via as pessoas estranharem, alguma virarem os olhos, afinal, é um fato, pretos e pardos ali não eram de grande frequência, são esmagadora minoria no bairro.

Todavia, hoje, o padre também é pardo e migrante. E o jogo começa a virar!

Aí entra a importância dessa família: não para minha surpresa e mas felicidade, no último domingo havia outras três famílias negras ocupando os bancos da igreja, sim, por óbvio, sentindo-se mais a vontade por estarem refletidas ali. Era nítida a satisfação, até mesmo, do pároco.

O incômodo perceptível outrora, já não existia e não existe mais.

Ali parou de importar a cor, a etnia, o status social – venceu a humanidade.

É a evolução que precisamos ver, a principal forma de vencer o preconceito, com a normalização de que qualquer lugar é para todos, sem o olhar de cima para baixo, a cor da pele o bolso.

Eu sou um grande observador de reações e pessoas, coisa da profissão – foi um dos dias mais impressionante que tive ao ver “aquilo” acontecendo em minha frente.

O que relatei é que deve ser o normal.

Somos um país miscigenado, preto, pardo, migrante, caucasiano, basta apenas tratarmos com equidade: mais incentivo a quem precisa de mais para que, num futuro próximo, promovamos a igualdade.

O Brasil pode ser esse país de todos, de verdade…eu acredito!

Era isso!

Sorte e paz!

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