Vídeo mostra piloto jordaniano sendo queimado vivo em jaula

Um vídeo divulgado nesta terça-feira (03) na internet mostra um homem sendo queimado vivo dentro de uma jaula no Iraque. Sites ligados a grupos extremistas afirmam se tratar do piloto jordaniano,  tenente Muath al-Kaseasbeh, capturado pelo grupo Estado Islâmico em dezembro.

No vídeo de 20 minutos que mostra o assassinato, o piloto apresenta sinais de que teria sido espancado e aparece com um olho roxo. Mais para o final da imagens, ele é mostrado usando um macacão cor de laranja, numa jaula a céu aberto, enquanto um militante mascarado acende uma linha de combustível que leva até onde ele está.

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De acordo com a Associated Press a autenticidade das imagens não foi confirmada, mas assim como demais vídeos divulgados, a filmagem traz o logo do serviço de mídia do grupo extremista, o al-Furqan.

O piloto jordaniano, de 26 anos, foi preso por militantes extremistas em dezembro de 2014, quando o caça F-16 que pilotava caiu perto de Raqqa, na Síria, a capital do califado instalado pelo grupo. Muath al-Kaseasbeh foi o primeiro piloto da coalizão liderada pelos Estados Unidos a ser capturado.

O grupo terrorista havia proposto trocar o piloto jordaniano pela iraquiana Sajida al-Rishawi, condenada à morte na Jordânia por envolvimento num ataque que matou 60 pessoas no país em 2005. O prazo final para a troca era o dia 29 de dezembro, até o pôr-do-sol no Iraque.

A Jordânia exigiu uma prova de que o piloto estava vivo como condição para a troca. O grupo não se manifestou sobre a garantia de vida e após o fim do prazo estabelecido parou de falar sobre o destino do piloto, mas anunciou a ter decapitado o repórter japonês Kenji Goto. Antes disso, os extremistas já haviam afirmado que outro japonês teria sido morto.

Embora as imagens tenham surgido na terça-feira, a televisão estatal jordaniana disse que ele estava morto desde 3 de janeiro.

Jordânia promete vingança

A Jordânia executou dois prisioneiros integrantes da Al-Qaeda, antes do amanhecer desta quarta-feira (4), horas depois da divulgação de um vídeo na internet mostrando o assassinato de um piloto jordaniano.

A morte macabra do tenente Muath Al-Kaseasbeh foi recebido com indignação e provocou várias manifestações contra o Estado Islâmico na Jordânia.

Manchetes de jornais advertiam que a Jordânia “irá vingar” sua morte. O rei jordaniano Abdullah II, leal aliado do Ocidente, voltou às pressas de Washington para seu país. Em Raqqa, a capital do Estado Islâmico, militantes saudavam o assassinato de al-Kaseasbeh, visto repetidamente em grandes telas de televisão, informaram ativistas sírios na cidade.

A primeira resposta da Jordânia foi executar Sajida al-Rishawi e Ziad al-Karbouly, dois iraquianos ligados à Al-Qaeda, disse o porta-voz do governo Mohammed al-Momani. Outro funcionário do governo disse que eles foram executados por enforcamento.

Depois de a notícia do assassinato do piloto ter se espalhado, dezenas de pessoas gritando palavras de ordem contra o Estado Islâmico marcharam em direção ao palácio real para expressar sua raiva. Segurando a bandeira jordaniana, eles gritavam “Maldito Daesh!”, usando o acrônimo em árabe para o grupo, e “Nós vamos vingar, nós vamos vingar o sangue de nosso filho”.

Fonte: Associated Press.

4 fev 2015, às 00h00.
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