Violência policial: Irmãos são mortos por engano em Salto do Lontra

O policial que atirou contra os dois jovens está preso em Cascavel. (Foto: Reprodução/RICTV)

O agente responsável pela situação de violência policial está preso; ele foi denunciado pelo outro colega que estava na cena do crime

Dois irmão, um de 26 e outro de 21 anos, foram mortos por engano em Salto do Lontra, no sudoeste do Paraná, em um episódio de possível violência policial que foi denunciado por outro agente da corporação. O policial militar está preso em Cascavel, no oeste do estado. O crime aconteceu no dia 23 de julho deste ano.

O policial é acusado de matar os dois irmãos sem motivo e forjar a cena do crime. De acordo com a Cap. Márcia Bilibio, do 5º Comando da PM, as vítimas não estavam armadas e nem reagiram a abordagem policial, o que teria sido dito para justificar as mortes. “O que nós temos hoje é que a versão inicial relatada no dia dos fatos, de que teria ocorrido uma suposta reação que gerou os disparos ocasionados pela equipe policial e que culminaram com o óbito das duas vítimas, é que essa versão não procede em sua totalidade”, disse Bilibio.

O Boletim de Ocorrência feito no dia, pelo menos seis tiros foram disparos contra ambos. Destes, quatro saíram da arma do PM acusado pelas mortes e dois da arma do soldado que apresentou a versão verdadeira à polícia.

Uma da armas deixada ao lado do corpo das vítimas para forjar a cena do crime era furtada, já a origem da outra não foi identificada.

Os irmão vivam em São Francisco do Sul, em Santa Catarina, e a família toda iria se mudar para Ampére, também no sudoeste. Por isso, os irmãos foram na frente e pretendiam dormir na casa de um tio em Salto do Lontra quando foram assassinados. “Eles estavam em Salto do Lontra procurando a residência desse parente onde eles iriam pernoitar e, por isso, estariam perguntando na cidade sobre a localidade onde ficava a casa desse tio. Mas como eles estavam com um carro com placa de fora e um pouco sujo, isso gerou a suspeita da comunidade local que acionou a Polícia Militar para verificar aquela presença que eles acharam suspeitas”, contou Bilibio.

Nenhum dos jovens tinha passagem pela polícia e em suas redes sociais é possível confirmar que ambos trabalhavam.