Trinta e nove cidades do Paraná são alvos de denúncias de pessoas que se vacinaram com o CPF de mortos. É o que apura a Comissão Especial de Investigação (CEI) da Assembleia Legislativa do Paraná que investiga fraudes na fila de imunização contra a Covid no estado.

A lista conta com 99 casos, com alguns já descartados. “Esses casos dos mortos são emblemáticos pela fraude, mas há várias outras situações chegando a quase mil denúncias de pessoas que se vacinaram fora do Plano Nacional de Imunização”, afirmou o deputado Delegado Francischini, presidente da Comissão.

Algumas cidades já foram alvo de diligências dos parlamentares, como Rio Branco do Sul, Apucarana, Umuarama, Lapa, Araucária e Paranaguá. Esta última, inclusive, era uma das líderes de denúncias que foram esclarecidas pelo poder publico municipal, como erros de digitação. Ofícios estão sendo enviados para dezenas de municípios com pedido de informação.

“Temos tomado muito cuidado com as denúncias. Não estamos aqui para destruir o trabalho vital das prefeituras e equipes de saúde na vacinação, que é o único caminho para sairmos desta crise de saúde e econômica. Nosso objetivo é dar transparência à imunização. Todos querem ser vacinados. A hora vai chegar, o importante é esperar o calendário, porque há um critério científico para definir as prioridades na vacinação”, reforçou Francischini.

Apuração

O método utilizado pelo Ministério Público para chegar à lista enviada à CEI é o cruzamento de dados entre o sistema nacional de imunização SI-PNI, Sistema de informação de Mortalidade-SIM, sistema de Controle de Óbitos-SISOBI e o Sistema Nacional de Registro Civil – SIRC. A partir disso foram procuradas inconsistências as quais foram oficiados os municípios.

Dentre as inconsistências, após o cruzamento e as informações enviadas pelos municípios foram retiradas dez, os demais continuam em investigação com grandes suspeitas de fraude na vacinação.

A partir do relatório da Controladoria Geral da União, a CEI requereu esclarecimentos às prefeituras e aguarda respostas.

Confira as cidades onde foram denunciados casos de pessoas que teriam usado documentação de pessoas mortas para se vacinar.

Um caso

  • Jardim Olinda
  • Itapejara D´Oeste
  • União da Vitória
  • Piraí do Sul
  • Kaloré
  • Cruz Machado
  • São Pedro do Ivaí
  • São Jorge do Ivaí
  • Guarapuava
  • Santa Tereza do Oeste
  • Moreira Sales
  • Tomazina
  • Loanda
  • Ipiranga
  • Entre Rios
  • Campina Grande do Sul
  • Ubiratã
  • Toledo
  • Francisco Beltrão
  • Teixeira Soares
  • Araucária
  • Rosário do Ivaí
  • Bandeirantes
  • Quatro Barras
  • Lapa
  • Palmas

Dois casos

  • Marechal Candido Rondon
  • Santa Izabel do Oeste
  • Umuarama
  • Realeza
  • Foz do Iguaçu * Um dos “mortos” tomou as duas doses
  • Tamarana
  • Jandaia do Sul
  • Ibiporã
  • Maringá

Três casos

  • Cambé
  • Cambará

Seis casos

  • Paranaguá * Prefeitura encaminhou documentação esclarecendo que os casos foram erros de digitação

Oito casos

Arapongas

Municípios onde constam possíveis irregularidades e que não apresentaram respostas ao MP:

  • Campina da Lagoa;
  • Cambira;
  • Cascavel;
  • Contenda;
  • Cornélio Procópio;
  • Fazenda Rio Grande;
  • Francisco Alves;
  • Godoy Moreira;
  • Irati;
  • Londrina;
  • Mandirituba;
  • Pinhal de São Bento;
  • Piraquara;
  • Quatiguá;
  • Santa Isabel do Ivaí.

7 jun 2021, às 19h27. Atualizado às 19h42.
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