“Eles não precisavam fraudar a vacinação”, diz prefeito de Cambé em relação às investigações da Alep sobre a vacinação
Cambé, município do Norte do Paraná, é uma das 39 cidades do estado que registraram casos de pessoas que usaram nomes de pessoas mortas para tomarem a vacina contra Covid-19. A fraude foi descoberta por uma comissão da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), que investiga os “fura-filas” na campanha de imunização.
Dos 99 nomes identificados pela comissão, que utilizaram documentos de pessoas mortas para se vacinarem, três foram registrados em Cambé. De acordo com o prefeito Conrado Scheller, uma força-tarefa foi criada entre as polícias civil e militar para prender os infratores, que iriam receber a segunda dose. Durante a operação, os investigadores descobriram que todos tinham mais de 80 anos.
“Quem compareceu para tomar a segunda dose foi a dona Maria, a dona Nair e o senhor Manoel. Por que? A dona Maria compareceu com a sua identidade e com o RG do marido que já havia morrido. O senhor Raimundo também, que já morreu, mas quem tomou a vacina foi a dona Nair. A polícia esteve na casa dela e fez diligências. E o senhor Manoel é homônimo, ele tomou a vacina e deve ter outra pessoa com outro CPF, ou o mesmo CPF, que faleceu. Mas é preciso deixar claro que os três têm mais de 80 anos e não precisam fraudar a vacinação para ter direito à vacina”, explica o prefeito de Cambé.
Além de Cambé, os deputados estaduais identificaram irregularidades em outras cidades da região. Ibiporã, Tamarana e Arapongas. cidade que lidera o ranking com oito casos identificados pela comissão da Alep.
Em nota, a prefeitura de Arapongas admitiu a falha no cadastro, mas disse que ninguém tomou a vacina com o nome de falecidos. A prefeitura também disse que já abriu uma investigação interna para apurar o problema. Já a prefeitura de Ibiporã negou que a falha tenha acontecido. A prefeitura de Tamarana ainda não se pronunciou.