por Redação RIC.com.br
com Reuters

Um empresário de 38 anos foi preso por esconder 33 cilindros de oxigênio em Manaus, no Amazonas. Ele deverá responder pelo crime de especulação financeira, ou seja, quando se guarda um produto na esperança de vendê-lo por um preço maior após valorização. 

Os cilindros estavam em um caminhão que foi localizado após uma denúncia anônima na tarde desta quinta-feira (14). Dos 33, 26 possuíam oxigênio

De acordo com o delegado Bruno Fraga, do Departamento de Polícia do Interior (DPI), em depoimento, o suspeito alegou que possui uma empresa que comercializa cilindros de oxigênio e, por medo que a população invadisse o estabelecimento, guardou os que ainda restavam no caminhão. 

“Ele informou também que os cilindros haviam sido envasados na quarta-feira (13). Os materiais apreendidos foram encaminhados na noite desta quinta-feira para unidades hospitalares de Manaus”, explicou o delegado. 

A capital amazonense, uma das cidades brasileiras mais atingidas pela pandemia de covid-19 em 2020, voltou a ser palco da tragédia na última semana. A elevação da demanda por oxigênio causada pelo aumento de casos da doença fez com que o produto faltasse gerando uma situação dramática nos hospitais.

Relatos de médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde pipocaram nas redes sociais e mostram o desespero daqueles que viram inúmeros pacientes morrerem asfixiados. Nesta sexta-feira (15), o Amazonas solicitou ajuda dos estados brasileiros para transferir 60 bebês prematuros que estão internado em Manaus e correm o risco de ficar sem oxigênio. 

Veja o momento em que a polícia apreendeu os cilindros:

Bolsonaro se exime da culpa

Em conversa com apoiadores ao deixar o Palácio do Planalto na manhã desta sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro classificou como “terrível” a situação vivida por Manaus, ao mesmo tempo que disse que o governo federal fez sua parte.

“Terrível o problema lá. Agora, nós fizemos a nossa parte”, disse. “As Forças Armadas deslocaram para lá um hospital de campanha, o ministro da Saúde esteve lá na segunda-feira providenciou oxigênio”, disse.

O presidente, que como tem feito nos últimos meses não usou máscara ao falar com apoiadores, promove constantemente aglomerações e critica medidas de distanciamento social preconizadas por autoridades de saúde de todo o mundo para frear a disseminação da covid-19, doença que Bolsonaro frequentemente minimiza, chegando a referir-se a ela como “gripezinha”.

15 jan 2021, às 14h33. Atualizado às 14h44.
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