por Redação RIC.com.br
com informações de Thais Camargo, da RIC Record TV Curitiba

O Governador do Paraná, Ratinho Junior, anunciou nesta terça-feira (4), em entrevista coletiva, que a volta às aulas no estado acontecerá de forma gradativa a partir do dia 10 de maio.

Para isso, segundo o governo, os profissionais da educação serão vacinados contra a Covid-19 neste mês. Além disso, será adotado o modelo híbrido, em que parte dos estudantes terá aulas a distância e ao vivo.

“É um desejo do governo do estado, da secretaria de educação, dos diretores e professores e de boa parte dos pais. Nós estamos vendo uma pressão psicológica na cabeça dos jovens por estarem distantes das escolas há um ano e meio praticamente, aumento no número de agressões a crianças dentro de casa. Essa questão social é muito importante, além da questão do aprendizado”,

disse Ratinho Junior em entrevista coletiva.

O governo também defende que haja distanciamento de 1,5m entre os alunos, utilização de álcool em gel por parte de estudantes e funcionários, uso de máscara obrigatório, aferição de temperatura na entrada das escolas e a assinatura de um termo de autorização por parte de um responsável legal.

O que diz o sindicato

A APP-Sindicato disse ter ouvido especialistas e pesquisadores que sugerem que não há tendência de queda nos números da pandemia e que, por conta da vacinação estar em um ritmo ainda muito lento, existe a possibilidade de surgimento de outras variantes do vírus ainda mais resistentes.

Nesse sentido, de acordo com sindicato, não há condições para o retorno às atividades presenciais nas escolas.

Confira a nota na íntegra:

A APP-Sindicato, que representa professores e funcionários das escolas estaduais e também municipais de mais de 200 cidades, não é favorável ao retorno presencial das aulas neste momento.

  • Não há condições estruturais nas escolas para qualquer retorno;
  • Faltam profissionais para o devido acompanhamento dos estudantes – o governo demitiu, na última sexta (30), cerca de 8 mil funcionários;
  • Os dados mostram que a pandemia não acabou, pelo contrário, os casos estão estabilizados em um patamar ainda muito alto;
  • A circulação de cerca de um milhão de estudantes (somente da rede estadual) e 120 mil profissionais provocará ainda mais contaminação. Boa parte destes alunos convive com pessoas do grupo de risco;
  • O governador anunciou que só retomaria as aulas com a vacinação de profissionais da educação;

O sindicato ouviu especialistas e pesquisadores que apontam não haver tendência de queda nos números da pandemia e que, por conta da vacinação estar em um ritmo ainda muito lento, há uma tendência de surgimento de outras variantes do vírus ainda mais resistentes. O caminho, segundo estes especialistas, é um lockdown definitivo de, pelo menos, 21 dias e aceleração do ritmo da vacinação. “Não há protocolo seguro para retorno das aulas”, afirmou Lucas Ferrante, pesquisador do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – ligado à FIOCRUZ). Ele afirma que ainda não é o momento dessa retomada e que, caso o governo insista nisso, as consequências serão o aumento do número de casos e de mortes em um curto espaço de tempo. O INPA previu, através de cálculos estatísticos com dados da pandemia, o caos em Manaus e também orientou a Prefeitura de Curitiba no auge do colapso em março.

A APP-Sindicato solicitou ao INPA uma matriz de dados sobre a pandemia em 10 regiões do Paraná e apresentará o resultado desta pesquisa nesta quarta (05), às 10 horas, em uma coletiva de imprensa com a participação de Lucas Ferrante.

O Sindicato continua a defender a vida de profissionais, estudantes e comunidade em geral. Queremos o retorno das atividades presenciais e o retorno à normalidade, mas tem que acontecer com vacina para todos e segurança sanitária. No momento, não há estas condições.

4 maio 2021, às 10h48. Atualizado às 10h52.
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