Um homem de 50 anos morreu a espera de um leito de UTI no Hospital Universitário de Londrina, no norte do Paraná, nesta segunda-feira (08). Num vídeo, ele aparece pedindo socorro. Mas o pedido não durou muito. O hospital está operando com 200% da sua capacidade e o homem morreu pouco depois, sem ir para a UTI.

O paciente é Jair Alves de Souza. Adriana, esposa dele, explicou que o marido é diabético e tem um rim transplantado há 15 anos. “Ele falou, mais um que vai morrer, eu tou morrendo. Pronto, depois disso não falou mais nada”, contou a esposa, desesperada. Depois dos gritos de socorro, Jair chegou a ser atendido por uma equipe do hospital. Porém ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu.

Vivian Feijó, superintendente do Hospital Universitário de Londrina, desabafou dizendo que “o movimento é caótico, o momento é de ansiedade, angústia e de muita preocupação. Não tem mais para onde crescer“, lamentou ela, mostrando que não há mais como criar novos leitos de enfermaria ou UTI.

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Ministérios Públicos pedem transferências

Por causa da falta de leitos, os Ministérios Públicos Federal e Estadual enviaram requisição a outros estados, para que recebam paranaenses em seus hospitais onde houver vaga. E também pediram que a Secretaria Estadual de Saúde providencie, em caráter de urgência, estas transferências.

“Estudos demonstram que a mortalidade, de quando há atraso em disponibilizar UTI aos pacientes, chega a 40%. É muito maior do que quem teve chance de ir para a UTI em momento adequado. Então é possível afirmar que as pessoas estão morrendo por falta de UTI”, lamentou o procurador federal Raphael Otávio Bueno Santos.

Atualmente, mais de mil pessoas esperam uma liberação de vaga no Paraná, 58 delas na região de Londrina. São pacientes que dividem os corredores dos hospitais locais, a espera de um leito.

Assista o caso do Jair, na reportagem de Guilherme Batista:

8 mar 2021, às 22h11. Atualizado às 22h19.
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