por Redação RIC.com.br
com informações da prefeitura de Curitiba, com supervisão de Guilherme Becker

O pesquisador Lucas Ferrante, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), declarou durante participação na Tribuna Livre desta quarta-feira (9) que “Para todo esse mês [de junho] é esperado um aumento do número de casos”.

Esta foi a segunda vez que o pesquisador esteve na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) para apresentar estudos relacionados à pandemia da covid-19 feitos sob sua coordenação, por uma equipe de pesquisadores de quatro instituições federais – INPA, UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), UFAM (Universidade Federal do Amazonas) e UFSJ (Universidade Federal de São João Del Rei).

Ferrante é biólogo e doutorando em Biologia pelo INPA e foi o primeiro autor de uma publicação na revista Science, que avisou sobre a ausência de eficácia do tratamento precoce e sua periculosidade, necessidade de fechamento dos transportes intermunicipal e interestadual para conter a pandemia no Amazonas e a classificação dos povos indígenas como grupo de risco da covid-19. Também assina publicação de agosto de 2020 na Nature Medicine, que apontou que Manaus vivenciaria uma segunda onda da doença. 

Nova análise de Curitiba

Depois de participar na Tribuna Livre da CMC em março deste ano, quando recomendou a Curitiba a adoção de um lockdown de 21 dias para evitar a terceira onda de casos, o pesquisador retornou ao Legislativo a convite de Renato Freitas (PT).

Nesta sua segunda explanação aos vereadores, ele frisou que há uma tendência de aumento de casos da covid-19 para junho e julho, com aumento drástica taxa de óbitos no início do próximo mês, “chegando a um pico de mais de 40 óbitos diários”. “A situação não tende a não chegar nos limiares de março e abril, mas qualquer afrouxamento, nesse momento, pode ampliar esta projeção de óbitos”, analisou.

Para evitar que a cidade volte a contabilizar em média 40 mortes diárias em decorrência da covid-19, conforme o estudo apresentado nesta quarta, Lucas Ferrante voltou a recomendar medidas mais restritivas, “até em âmbito estadual”.

“Um lockdown de fato, restringindo a mobilidade urbana em até 80% […] A taxa de vacinação em Curitiba foi considerada para o estudo. A vacinação em Curitiba, como em todo o Brasil, ainda é muito pequena. Se hoje fazem necessário as medidas restritivas, é justamente porque a vacinação está muito lenta”,

argumentou.

Com relação às aulas presenciais, o convidado da Tribuna Livre orientou que o retorno híbrido ou presencial só será seguro apenas quando a vacinação atingir 90% da população, incluindo os jovens menores de 18 anos.

“Estudo feito com medidas restritivas aplicadas em 41 países revela que o fechamento de escolas e universidades é a segunda medida mais eficiente para frear a transmissão comunitária do coronavírus, inclusive mais eficiente do que fechar as atividades não essenciais. Mostra claramente que as escolas não podem abrir antes do avanço massivo da vacinação”,  

defendeu.

10 jun 2021, às 09h22. Atualizado às 09h23.
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