por Renata Nicolli Nasrala
com informações da Reuters

O Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) questionou nesta quarta-feira (20) o protocolo do Ministério da Saúde sobre o uso da cloroquina nos estágios iniciais da Covid-19, e pediu união entre os três níveis de governo: federal, estadual e municipal, no combate à pandemia do novo coronavírus.

Uso da cloroquina: secretários alegam que não há comprovação científica

Em nota, os secretários afirmam que o uso da cloroquina nos estágios iniciais da doença não possui comprovação científica contra a enfermidade respiratória causada pelo novo coronavírus.

Além disso, eles afirmam que o documento é de responsabilidade total do Ministério da Saúde, não tendo sido discutido com Estados e municípios.

“O Conass reafirma sua posição de pautar-se, sempre, pelo respeito às melhores evidências científicas. “É sabido, e o mencionado documento assim expressa, que não há evidências científicas que sustentem a indicação de quaisquer medicamentos específicos para o Covid-19. Assim, repousa sobre o médico a responsabilidade da prescrição, conforme já dispôs o Conselho Federal de Medicina”.

A nota também questiona a razão pela qual o Ministério optou por discutir o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 e não outras questões ligadas à pandemia.

“O Conass insiste na importância de se prosseguir com a discussão junto ao gestor federal do SUS (Sistema Único de Saúde) sobre temas que se relacionam diretamente à estratégia de enfrentamento à pandemia de modo tripartite. Por que estamos debatendo a cloroquina e não a logística de distanciamento social? Por que estamos debatendo a cloroquina ao invés de pensar um plano integrado de ampliação da capacidade de resposta do Ministério da Saúde para ajudar os Estados em emergência?”, indaga.

Por fim, o Conass afirma que é preciso unir forças em um projeto único e dialogado com as necessidades de cada região do país.

Pedido de Jair Bolsonaro

O protocolo sobre uso da cloroquina divulgado na quarta-feira atendeu um desejo do presidente Jair Bolsonaro.

Além disso, o protocolo aconteceu sob a gestão do ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, após a saída de dois titulares da pasta em um mês em meio a divergências com Bolsonaro sobre o enfrentamento à pandemia.

21 maio 2020, às 00h00.
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