Apartamento de R$ 10 milhões era usado por suspeitos de desvios do SUS, diz PF

por Daniela Borsuk
com informações da PF
Publicado em 23 abr 2024, às 11h07. Atualizado às 11h20.

Um apartamento avaliado em mais de R$ 10 milhões foi um dos bens sequestrados na Operação Moto-Perpétuo, deflagrada nesta terça-feira (23), pela Polícia Federal, que investiga desvios do SUS. Segundo a PF, o imóvel é de uso dos investigados, mas está cadastrado em nome de empresa fictícia que tem como como sócia uma pessoa que recebeu auxílio emergencial do Governo Federal. A investigação identificou quase R$ 30 milhões em bens ocultados.

Além da cidade catarinense, mandados judiciais também estão sendo cumpridos em Curitiba (PR) e em São Paulo (SP).

Os alvos da operação são suspeitos de desviarem recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) através de fraudes em licitações. Os valores desviados teriam sido distribuídos em bens em nome de outras pessoas e registrados em empresas fictícias ou em nome de “laranjas”.

Ao todo, a PF cumpre o sequestro de 10 imóveis, avaliados em mais de R$ 20 milhões, e ainda apreende veículos de luxo. A Justiça também autorizou a apreensão de valores acima de R$ 10 mil e a indisponibilidade de cotas sociais de duas empresas, cujo capital totaliza meio milhão de reais.

Os crimes sob investigação incluem lavagem de capitais, associação criminosa e organização criminosa, com penas que podem chegar até 18 anos de prisão.

Foram mobilizados 55 policiais federais e 10 analistas da Receita Federal para cumprir 13 mandados de busca e apreensão em residências e empresas ligadas aos suspeitos.

Operação “Moto-perpétuo”: desvios do SUS

A investigação teve início após suspeitas levantadas durante a Operação Fidúcia, conduzida pela Polícia Federal. Na ocasião, foi identificado um esquema em que os investigados utilizavam Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) para fraudar licitações e desviar recursos públicos do SUS, totalizando um desvio de aproximadamente R$ 14 milhões nas cidades objeto da investigação, embora a auditoria da Controladoria Geral da União tenha apontado que o desvio seria de 70 milhões em todo Paraná.

Durante a investigação atual, novos elementos foram angariados, indicando que os investigados teriam adquirido diversos bens em nome de terceiros, visando ocultar tais ganhos ilícitos. Esses bens foram registrados em empresas fictícias ou em nome de “laranjas”, com o auxílio de um advogado e um contador.

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