Paraná soma mais de 28 mil casos de violência doméstica contra a mulher

por Thiago Fedacz Anastacio
Com informações de Sesp-PR e supervisão de Giselle Ulbrich
Publicado em 15 set 2022, às 20h05. Atualizado em: 16 set 2022 às 14h37.

A morte de Franciele Cordeiro e Silva, assassinada pelo ex-marido, o policial militar Dyegho Henrique Almeida da Silva, na última terça-feira (13), em Curitiba, causou comoção em todo Paraná. Tratou-se de mais uma morte gerada pela violência doméstica contra a mulher, agressões que começam dentro de casa e tomam rumos maiores, como aconteceu com Franciele. Só no primeiro semestre de 2022, foram registradas 28.229 ocorrências de violência doméstica contra mulheres no estado, conforme a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR).

As estatísticas de crimes domésticos e/ou contra mulheres não são animadores no Paraná. Foram 50.922 registros de violência em geral contra a mulher. E dos 17.245 casos de violência doméstica (que pode ser contra pessoas de qualquer gênero e idade, mas que ocorreram dentro de casa), 88% deles (15.237) foram especificamente contra mulheres. Houve ainda o registro de 2.101 casos de violência sexual.

Confira os dados do primeiro trimestre de 2022:

Fonte: Sesp-PR

Segundo a secretaria de segurança, somente em Curitiba foram registrados 3.793 de violência doméstica contra mulheres.

Medida protetiva

Dois dias antes de ser assassinada por Dyegho, Franciele tinha solicitado medida protetiva contra e ex-companheiro. Mas a advogada dela acredita que o documento não chegou em tempo a Dyegho, que cometeu o crime no fim da tarde de terça-feira.

Nos primeiros seis meses de 2022, números do Tribunal e Justiça do Paraná (TJPR) mostram que mais de 20 mil medidas protetivas de urgência foram solicitadas no estado.

Segundo números da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ONDH), o Brasil registrou mais de 31 mil denúncias de violência doméstica ou familiar contra as mulheres até julho de 2022. As divergências proporcionais entre os dados podem ter ocorrido devido às diferenças metodológicas no processo de coleta dos dados, já que os dados da ONDH são com base nos telefonemas feitos ao Disque 100.