Greve dos professores: Centro Cívico tem bloqueios e desvios em linhas de ônibus

Estação-tubo Palácio Iguaçu está desativada nesta terça (4); bloqueios impedem a circulação de veículos na região do Centro Cívico

por Guilherme Becker
com informações de Kainan Lucas, da RICtv
Publicado em 4 jun 2024, às 08h03.
POST 17 DE 29

A região do Centro Cívico, em Curitiba, onde acontece uma greve de professores, conta com bloqueios e alterações de linhas de ônibus nesta terça-feira (4). Desde a manhã desta terça (3), manifestantes ocupam a Praça Nossa Senhora de Salete e algumas vias estão com interdições para o tráfego de veículos.

Manifestantes ocupam região do Centro Cívico nesta terça (4)
Manifestantes ocupam região do Centro Cívico nesta terça (4) (Foto: Kainan Lucas/ RICtv)

Para esta terça (4), a estação-tubo Palácio Avenida segue totalmente desativada. Os ônibus ligeirinhos das linhas Inter 2, Barreirinha/ Guadalupe, Boqueirão/ Centro Cívico e Caiuá/ Cachoeira, não estão parando no tubo e a rota é desviada por vias próximas. 

Além disso, equipes policiais seguem com bloqueios em vias que dão acesso à região do Palácio Iguaçu. Há interdições na rotatória da Marechal Hermes, na rotatória da Prefeitura de Curitiba e também na Rua Augusto Severo. Em ambos os pontos é restrito o acesso de veículos não autorizados à Avenida Cândido de Abreu.

Manifestantes montam acampamento no Centro Cívico

Desde a manhã desta segunda-feira (3), centenas de manifestantes, contrários ao Projeto Parceiros da Escola, que prevê a terceirização de escolas públicas no Paraná, ocupam a região do Centro Cívico. Professores e educadores promovem uma greve e acompanham de perto a movimentação do projeto na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

Durante a madrugada desta terça (4), após a invasão do prédio da Alep por parte de alguns manifestantes, foi montado um acampamento na Praça Nossa Senhora de Salete. Por volta das 7h, além dos grevistas que começaram a ativar o acampamento, outros manifestantes que passaram a noite em casa começaram a chegar para a concentração no Centro Cívico.

Ainda pela manhã, alguns manifestantes ocupam a área interna da Alep, que deve ter a reintegração de posse ainda nesta terça (4).

Professores iniciam greve no Paraná
Professores iniciam greve no Paraná (Foto: Thaís Carmargo/ RICtv)

Projeto Parceiro da Escola

O projeto de lei 345/2024 pretende, de acordo com o Poder Executivo, otimizar a gestão administrativa e de infraestrutura das escolas mediante parceria com empresas de gestão educacional. 

“O texto, que tramita em regime de urgência, permite que empresas sejam responsáveis pelo gerenciamento administrativo das escolas, além de gerir terceirizados responsáveis por áreas como limpeza e segurança. Em um primeiro momento, o governo quer implantar o modelo em 200 escolas de 110 cidades. O número corresponde a cerca de 10% da rede”, informou a Alep em site oficial.

Já o sindicato da categoria, a APP Sindicato, argumenta que o texto da proposta autoriza a terceirização de praticamente todas as escolas. “De acordo com o Artigo 3º da proposta, o programa “poderá ser instituído em todas as instituições da rede estadual de ensino de educação básica, exceto nas instituições” de ilhas, de aldeias indígenas e comunidades quilombolas, da Polícia Militar, das unidades prisionais, que funcionem em prédios que não pertencem ao governo e nas que participem do Programa Cívico-Militar”, cita o Sindicato.

“A redação não deixa dúvidas de que as empresas terão interferência na área pedagógica das escolas, revelando que é mentira a afirmação do governo de que a contratação seria apenas para fazer a gestão administrativa”, diz o Sindicato.

Antes da invasão, ainda nesta segunda-feira, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Jr., concedeu uma entrevista coletiva e afirmou que “os sindicalistas fizeram um monte de fake news sobre o projeto que está sendo votado”, relata.

“Estamos trazendo aquilo que é mais moderno para a nossa educação, justamente para ajudar o diretor e todo o sistema pedagógico poder ter mais liberdade para trabalhar e não ficar cuidando da lâmpada apagada, não ficar cuidando da descarga estragada no banheiro”, frisou Ratinho Jr.

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