Melhor de todos os tempos? Hamilton fala sobre carreira e negros na F1
Lewis Hamilton recentemente conquistou seu sexto título mundial e agora está a apenas um troféu de igualar a lenda Michael Schumacher como o maior vencedor da Fórmula 1. Tido como um dos melhores pilotos de todos os tempos, se não o melhor, o inglês vem quebrando recorde atrás de recorde nos últimos anos, no entanto, mesmo com uma carreira brilhante, ele adota um discurso modesto quando comenta sobre si próprio.
“É difícil falar. Eu assisto muitos esportes. Tênis, por exemplo, é um esporte individual, é mais pessoal. Para nós há muitos outros elementos envolvidos. Eu trabalho com uma equipe composta por quase duas mil pessoas. Se eu não conseguisse motivar esses caras, não tivesse um grande grupo, eu não conseguira alcançar tudo o que alcancei. Nem todas as equipes têm o tamanho que temos, a quantidade de dinheiro que nós temos, então não basta você ser apenas um bom piloto”, disse o piloto da Mercedes.
“Nós, atletas, sempre temos que pensar que somos os melhores. Se você começa a se questionar se realmente é o melhor, provavelmente você não irá vencer. Internamente, um piloto de Fórmula 1 tem que acreditar que ele tem habilidades para ser o melhor”, completou.
Chegar no topo da principal categoria do automobilismo mundial já é uma conquista e tanto. Agora, chegar ao topo da principal categoria do automobilismo mundial, predominantemente branca, sendo negro é ainda mais invejável. Lewis Hamilton conseguiu o feito, no entanto, o inglês não quer que seu caso seja raro na Fórmula 1 e justamente por isso tem planos para o futuro, ainda que seja preciso trabalhar muito para alcança-los, como ele mesmo admite.
“Isso sempre foi um problema. Eu conheço diferentes famílias, com diferentes níveis sociais, vindo até mim e dizendo: ‘Meu filho quer ser piloto de Fórmula 1’. Isso é bom, porém, há um grande problema também. A cada ano entrar na Fórmula 1 fica mais caro. Se eu quisesse ser piloto de Fórmula 1 hoje, não iria conseguir. Como membro de uma família de assalariados, não haveria como entrar na Fórmula 1 com o dinheiro que eu tinha”, pontuou.
“O esporte está caminhando na direção errada. Quando penso em como achar o próximo jovem promissor, ajudar um indivíduo não é o bastante. Quero me envolver com a FIA, com a Fórmula 1, para tentar alavancar esses jovens vindos do kart. Não sei por que é tão caro”, concluiu.