Da esperança à vergonha: o ano do Coritiba

Téte-a-Tetê

por Tetê Motta
Publicado em 20 out 2023, às 15h28. Atualizado às 16h38.

Sofrer faz parte da alma guerreira, mas nenhum coxa-branca jamais viu tamanha crise no Alto da Glória. Todos sabemos que a má administração vem castigando o Coritiba há anos, e a vinda da SAF era vista como a luz no fim do túnel.

O torcedor alviverde sabia que o resultado do trabalho da Treecorp era a longo prazo, mas não esperava que no ano de maior investimento da história, o clube iria quebrar todos os recordes negativos e passar vergonha.

No Paranaense, caiu nas quartas de final. Na Copa do Brasil, foi eliminado na terceira rodada. E no Brasileirão, não saiu da zona de rebaixamento a competição inteira, e a derrota para o Cuiabá concretizou seu sétimo rebaixamento.  Perder faz parte do futebol, claro. Mas ser goleado e levar olé em casa, como aconteceu nessa Série A, é um tapa na cara do torcedor que sempre fez sua parte no Couto Pereira.

O desempenho do time em 2023 é reflexo das contratações erradas e da alta rotatividade de jogadores no elenco. Não podemos esquecer a janela, que era tão aguardada, e os reforços que chegaram pouco contribuíram até agora, exceto Slimani. É um amontoado de jogadores em campo, raça o grupo até tem mas no futebol só a raça não basta, é preciso qualidade. Trabalho no futebol há mais de 20 anos e nunca vi um time tão derrotado como esse.

Não adianta o torcedor fazer contas e esperar um milagre porque não vai acontecer. Pode largar a calculadora e começar a planejar o ano que vem com competência e antecedência. O problema é que toda vez que o Coritiba cai não serve como lição, o clube não aprende.  Só que agora tem retorno em jogo, é um investimento, e talvez o rebaixamento mexendo no bolso de quem comprou o papo seja outro, como vimos no Cruzeiro de Ronaldo e cia.

O torcedor coxa branca vai terminar o ano machucado, envergonhado e desconfiado do que vem pela frente em 2024. Enquanto isso é rezar para que o time consiga terminar a competição de forma menos vexatória, se é que isso é possível. Hoje na Jovem Pan News o ouvinte atleticano Flavio ironicamente escreveu: “Nem na Bíblia tem um povo mais sofrido que a torcida coxa” e vou ter que concordar que é a mais pura verdade.

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