Apaixonado por futebol desde criança, Arthur Elias até chegou a integrar elencos de categorias de base, mas nunca se tornou jogador profissional. Isso porque, logo aos 18 anos de idade, enxergou na profissão de treinador uma maneira de se relacionar diretamente com o esporte e, de quebra, desenvolver sua capacidade de liderança, considerada por ele mesmo como inata.
Em entrevista exclusiva concedida à Gazeta Esportiva, o atual técnico do time feminino do Corinthians explicou o motivo pelo qual escolheu apostar em uma modalidade que tinha ainda menos exposição da mídia em 2006, ano que começou sua carreira.
“Apostei na minha capacidade de realização, de fazer as coisas acontecerem. E o futebol feminino me ajudou muito nisso, que considero uma das coisas mais importantes para um profissional. Sempre soube que precisaria correr atrás de tudo e investir tempo sem ganhar dinheiro durante anos”, comentou.
A falta de investimentos no futebol feminino brasileiro exigiu que Arthur Elias fosse versátil, característica essa que o comandante do Timão julga essencial para gerir um elenco.
“Mas junto com isso tive a oportunidade de adquirir uma visão mais ‘macro’ do futebol porque precisei trabalhar também na área administrativa, mercado de atletas, logística, financeira e de relação institucionais. E essa visão é muito importante para uma boa gestão do treinador hoje em dia”, destacou.
Arthur, por fim, citou a importância da estabilidade oferecida aos treinadores de futebol feminino no cargo das equipes.
“A estabilidade para concluir os trabalhos durante todas as temporadas também é uma vantagem que consegui trabalhando no feminino. Nunca fui demitido. Então todos os anos fui desenvolvendo o processo de trabalho que acreditava com muitas dificuldades, mas sem interrupção. Assim pude avaliar e melhorar o trabalho a cada temporada e isso é uma importante experiência, liderar em momentos bons e difíceis”, concluiu.