A procura pelo par perfeito

Vida Familiar

por Clarice Ebert
Psicóloga (CRP08/14038) e Terapeuta Familiar
Publicado em 14 jan 2023, às 15h48. Atualizado em: 6 fev 2023 às 14h01.

Quando se procura pelo par perfeito e se encontra uma pessoa com potencial para ser esse par perfeito, eclode a paixão. O sentimento do se estar apaixonado, nem é tanto pela outra pessoa, mas pela pessoa que se imagina que ela seja, a partir dos referencias internos de pessoa ideal. Assim, o apaixonado projeta o seu imaginário em expectativas sobre a outra pessoa.

A procura pelo par perfeito e o cenário perfeito

A partir dessa projeção, facilmente se cria uma história perfeita, em que se imagina poder viver com a pessoa por quem se apaixonou. O cenário é criado em sua mente, como se fosse uma espécie de “ilha da fantasia”. Ali idealiza-se a forma como a outra pessoa deveria pensar, opinar, crer e confiar, como também a forma como deveria se comportar, agir e se dispor satisfazendo as suas necessidades e atendendo as suas expectativas.

Nesse cenário, os papéis de cada um são definidos a partir das perspectivas do apaixonado. Este define em seu imaginário que a outra pessoa deveria ser alguém que ama incondicionalmente e que não medirá esforços para agradar. Assim, se convence de que encontrou o “par perfeito”, e se apaixona por essa pessoa e pelo cenário criado em sua mente.

O procura pelo par perfeito e o cenário da vida real

No entanto, ambos descobrirão no cenário da vida real, que a outra pessoa não é um fantoche ou um robô, que se pode criar e manipular. Cada pessoa envolvida em um relacionamento é um ser humano com uma essência, que pensa, sente e crê, que erra e acerta, que tem uma identidade e uma personalidade, uma história de vida e uma base familiar peculiar. Além disso, cada pessoa tem sonhos e objetivos, dons e talentos, necessidades físicas, intelectuais, emocionais, relacionais, psíquicas e espirituais.

Quando ambos levam em consideração os aspectos de cada um, poderão evoluir na experiência de uma relação mais íntima e profunda, denominada de “amor verdadeiro”.

Assim, é possível acolher o potencial da outra pessoa, bem como aceitar suas diferenças, imperfeições e insuficiências. Quando ambos se movimentam nessa direção, um casal poderá experimentar o sentido da vida conjunta. Caso contrário, é possível viver eternamente numa ilusão (casado ou não) em um ciclo repetitivo da procura do “par perfeito”, sem realmente encontrá-lo.

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