Baixa adesão de alunos ao ensino presencial gera afastamento de diretores de escolas estaduais, diz APP sindicato

Publicado em 16 set 2021, às 18h09.

Pelo menos três diretores de escolas estaduais foram afastados das funções, por causa da baixa adesão de alunos ao ensino presencial. A constatação é da APP sindicato, que representa os servidores estaduais da educação.

Segundo a APP, foram afastados diretores de três escolas em Curitiba: a Gabriela Mistral, no bairro Portão; a Brasílio Vicente de Castro, na CIC; e a Jayme Canet, no Xaxim. Contra cada um deles foi aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).

A Secretaria Estadual de Educação (Seed) confirma que há processos disciplinares, porém não revela o conteúdo deles, por serem confidenciais. Também afirma que não há uma quantidade exigida de alunos no ensino presencial.

Obrigatoriedade

Desde maio, as escolas estaduais começaram a liberar gradualmente o ensino presencial em formato híbrido. No entanto, a Seed divulgou que os pais tinham a liberdade de escolher se gostariam de manter os filhos no remoto ou se mandariam no presencial.

Apesar do livre arbítrio dos pais, a APP sindicato afirma que vários diretores têm sido pressionados para trazerem mais alunos às salas de aula, sob ameaça de processos administrativos e de retirada de “adicionais”, o que subentende-se que seriam valores de salários. Porém a Seed estaria desconsiderando as características regionais de cada escola que estão levando à baixa adesão presencial.

Num dos colégios, em que menos de 10% dos alunos voltaram, muitos precisaram trabalhar na pandemia para ajudar as famílias, em crise financeira, e só conseguem atender às aulas de forma online. Em algumas escolas, diz o sindicato, a ferramenta de ensino online já nem está mais disponível.

Pais sob pressão

E não seriam somente os diretores que estariam sofrendo pressão. Conforme o sindicato, os pais também têm recebido comunicados, convocando e pressionando pelo retorno presencial. No início de agosto, diz o sindicato, um ofício da Seed foi enviados aos Núcleos Regionais de Educação, pedindo que os pais justificassem o motivo pelo qual não autorizaram os filhos para o retorno presencial. E que se não fossem casos relacionados a comorbidades, que as famílias fossem orientadas a voltar os alunos para o ensino presencial.

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