Manifestantes permanecem na Alep e reintegração deve acontecer nesta terça (4)

A reintegração de posse da Alep foi autorizada na noite desta segunda-feira (3), porém, cerca de 30 manifestantes permanecem no prédio do poder legislativo

por Guilherme Becker
com informações de Kainan Lucas, da RICtv
Publicado em 4 jun 2024, às 07h11. Atualizado às 07h18.
POST 16 DE 29

Cerca de 30 manifestantes, contrários ao Projeto Parceiro da Escola, que prevê a terceirização de escolas públicas no Paraná, permanecem na manhã desta terça-feira (4) no interior da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Apesar da autorização da reintegração de posse do prédio, na noite desta segunda (3), o local ainda conta com manifestantes.

Manifestantes passaram a noite no prédio da Alep
Manifestantes passaram a noite no prédio da Alep (Foto: Divulgação/ APP-Sindicato)

A expectativa é que a reintegração, autorizada pelo Poder Judiciário do Paraná, aconteça nesta terça (4). Durante a madrugada, não houve manifestações violentas e alguns professores dormiram no plenário da Alep. Já na parte externa do prédio, funcionários da manutenção aproveitaram a madrugada para consertar o portão danificado no momento da invasão do local.

Na manhã desta terça (4), apenas funcionários com crachás e pessoas autorizadas tiveram acesso ao prédio da Alep. Além disso, o local conta com segurança reforçada, com aproximadamente 10 viaturas.

Outros manifestantes ocupam a praça Nossa Senhora de Salete, que fica em frente a Alep, no Centro Cívico, em Curitiba. Os professores e servidores fazem uma vigília no local, para acompanhar a votação do Projeto Parceiro da Escola. Durante a votação desta segunda (3), os deputados paranaenses aprovaram o projeto com 39 votos favoráveis e 13 contrários.

Nova concentração de manifestantes na Alep nesta terça (4)

Mesmo com a autorização da reintegração de posse do prédio, a expectativa é que nesta terça-feira (4), uma nova concentração reúna manifestantes a partir das 9h, para acompanhar os trâmites do projeto.

A APP – Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública disse ao Grupo RIC que foi fechado um acordo com a Assembleia e com Oficial de Justiça para permanecer no local. Até o momento, a Alep não respondeu sobre esta versão.

Projeto Parceiro da Escola é aprovado

Manifestantes acompanharam a sessão que aprovou o projeto em 1º turno (Foto: Reprodução / RICtv)

Projeto Parceiro da Escola

O projeto de lei 345/2024 pretende, de acordo com o Poder Executivo, otimizar a gestão administrativa e de infraestrutura das escolas mediante parceria com empresas de gestão educacional. 

“O texto, que tramita em regime de urgência, permite que empresas sejam responsáveis pelo gerenciamento administrativo das escolas, além de gerir terceirizados responsáveis por áreas como limpeza e segurança. Em um primeiro momento, o governo quer implantar o modelo em 200 escolas de 110 cidades. O número corresponde a cerca de 10% da rede”, informou a Alep em site oficial.

Já o sindicato da categoria, a APP Sindicato, argumenta que o texto da proposta autoriza a terceirização de praticamente todas as escolas. “De acordo com o Artigo 3º da proposta, o programa “poderá ser instituído em todas as instituições da rede estadual de ensino de educação básica, exceto nas instituições” de ilhas, de aldeias indígenas e comunidades quilombolas, da Polícia Militar, das unidades prisionais, que funcionem em prédios que não pertencem ao governo e nas que participem do Programa Cívico-Militar”, cita o Sindicato.

“A redação não deixa dúvidas de que as empresas terão interferência na área pedagógica das escolas, revelando que é mentira a afirmação do governo de que a contratação seria apenas para fazer a gestão administrativa”, diz o Sindicato.

Antes da invasão, ainda nesta segunda-feira, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Jr., concedeu uma entrevista coletiva e afirmou que “os sindicalistas fizeram um monte de fake news sobre o projeto que está sendo votado”, relata.

“Estamos trazendo aquilo que é mais moderno para a nossa educação, justamente para ajudar o diretor e todo o sistema pedagógico poder ter mais liberdade para trabalhar e não ficar cuidando da lâmpada apagada, não ficar cuidando da descarga estragada no banheiro”, frisou Ratinho Jr.

Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui