Defesa de ex-policial Guaranho diz que abandonou júri como "medida extrema"

Publicado em 4 abr 2024, às 13h00.
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O advogado Samir Mattar Assad, que representa a defesa do ex-policial federal Jorge Guaranho, afirmou em nota que abandonou o júri como uma “medida extrema, tomada em defesa do jogo limpo e da garantia do amplo direito de defesa”, disse. Guaranho é acusado de matar o guarda municipal Marcelo Arruda no dia 9 de julho de 2022, em Foz do Iguaçu.

“O protocolo tardio de documentos essenciais, ocorrido em menos de 15 horas antes do início do julgamento, comprometeu gravemente a capacidade da defesa em exercer plenamente seus direitos legais. Desde o início do processo, nossa equipe tem enfrentado uma série de obstáculos, incluindo a ausência da certificação original das movimentações processuais, o que é essencial para garantir a transparência e a integridade do processo judicial”, justificou Assad em nota.

Defesa de Jorge Guaranho alega cerceamento

Segundo Assad, a defesa pediu acesso integral aos documentos relevantes, mas “não foi atendida de forma adequada”. “O acesso aos documentos foi franqueado tardiamente, impossibilitando-nos de examinar devidamente as provas e preparar a estratégia de defesa de forma eficaz”, disse o advogado de Guaranho.

Em nota, o advogado de defesa ressaltou que teve pouco contato com o cliente, já que ele foi transferido do Complexo Médico Penal, em Curitiba, para Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, chegando por volta das 22h deste quarta-feira (3).

“Ademais, a defesa não teve acesso a uma testemunha central no processo, bem como a documentos importantes de laudos referentes à agressão sofrida por Guaranho. Ele foi vítima de mais de 20 chutes na cabeça, resultando em graves sequelas que afetam sua saúde física e mental”, pontuou Assad.

O que diz o advogado da família de Marcelo Arruda

O advogado da família da vítima, o guarda municipal Marcelo Arruda, afirmou que a defesa tentava pedir pela liberdade provisória de Guaranho.

“Eles juntaram 600 documentos no dia anterior ao feriado, na quarta-feira (27) às 21h40. Nós não impugnamos estes documentos, porque entendemos que tem que ser assegurado a plenitude da defesa. Por outro lado, o que foi alegado aqui, sem qualquer fundamento e base jurídica, é de que não teriam tido acesso a documentos que foram juntados. Que consistem em uma cópia de um processo que tramita no legislado especial criminal. Sucede que neste processo qualquer advogado teria acesso, inclusive eles, porque era só juntarem uma procuração demonstrando interesse que imediatamente seria liberado, mesmo que estivesse em segredo de justiça”, disse Godoy.

“Então foi uma semeadura de uma tentativa de impor uma nulidade ao processo, e se valer dessa semeadura e tentar uma vantagem em favor do cliente, uma eventual liberdade. Tanto é que ao final da manifestação eles postularam a liberdade provisória”, comentou o assistente de acusação.

Com o abandono da defesa, o júri popular foi remarcado para o dia 2 de maio deste ano.

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