Explica Aí!

por Jeulliano Pedroso

Nosso sistema político é fundamentalmente influenciado pelos partidos políticos, desempenhando um papel crucial na definição das estratégias eleitorais e na apresentação dos candidatos para que os eleitores possam fazer suas escolhas informadas. Na atualidade, é quase impossível competir em uma eleição sem ser filiado a um dos partidos políticos devidamente registrados e reconhecidos pelas autoridades da Justiça Eleitoral.

Com esse contexto em mente, elaboramos uma série de entrevistas com o objetivo de explorar as perspectivas e planos dos presidentes de diversos partidos políticos atuantes aqui no estado do Paraná. Essas conversas fornecerão insights valiosos sobre as direções e visões das diferentes legendas em nossa região.

Esta coluna inaugura uma série de entrevistas com os líderes dos principais partidos atuantes no estado do Paraná. Durante essas conversas, abordaremos seus planos, propostas e expectativas em relação às eleições que ocorrerão no ano de 2024. Além disso, investigaremos como essas legendas enxergam o atual panorama político nacional e de que forma isso pode influenciar o próximo pleito eleitoral.

Começamos esta série ouvindo o Partido dos Trabalhadores (PT). Entre outros destaques, o presidente estadual do Partido, Arilson Chiorato, comentou do interesse do PT em fazer uma base de prefeitos e vereadores no Paraná e que essa ‘força’ política e institucional será um dos motores do trabalho pela reeleição do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva em 2026.

Com a palavra, Arilson Chiorato

1 – Em quantas cidades do Paraná o seu partido se encontra organizado? 

AC – Hoje, o PT se encontra organizado em 350 cidades. São 312 diretórios e 38 comissões provisórias. A gente ainda tende a organizar o pleito eleitoral nos outros 49 municípios que existem.

2 – Há um planejamento para lançar candidaturas em quantas dessas cidades?

AC – O PT planeja lançar candidaturas o máximo possível. Claro que o PT faz uma discussão dentro de uma federação, que é composta pelo PV e pelo PcdoB, e também tem um debate com a frente progressista, junto com o PSB, com o PDT, com o PSOL e com a Rede do estado. Então nós vamos lutar para ter um espaço com candidaturas viáveis em que a gente tenha condições  de ganhar pelo PT, ou, aonde a gente não pode ganhar pelo PT, a gente componha com esses partidos.

3 – Existe alguma meta estabelecida para a quantidade de vereadores e prefeitos que o partido pretende eleger?

AC – Hoje o partido tem 135 vereadores, a nossa meta é chegar a 250. Temos 8 prefeituras, pretendemos chegar a 20 no estado.

4 – Nas cidades de Londrina, Maringá, Cascavel, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Região Metropolitana de Curitiba e Curitiba, o seu partido planeja ter candidatura própria ou buscar uma composição ou coligação?

AC – Em todas elas a gente tem conversado com a frente progressista do estado. PT, PV, PCdoB, PSOL, Rede, PDT e PSB estão tentando organizar as eleições nessas cidades. Todos que têm ligação com o presidente Lula, que compõem esse campo, nós estamos conversando. Claro que eu acho que vamos ter candidaturas em várias dessas cidades citadas. Por exemplo, em Londrina com certeza, em Maringá com certeza, Guarapuava com certeza, em Foz do Iguaçu ainda está se discutindo, em Ponta Grossa, caso o deputado Aliel Machado do PV seja candidato, vamos apoiá-lo. Em Curitiba há um debate da frente, temos três pré-candidaturas: o deputado federal Zeca Dirceu, a deputada federal Carol Dartora e o Felipe Magal. São nomes, mas a gente também tem discutido a possibilidade de uma frente.

5 – Qual a avaliação que o seu partido faz do atual mandato de governador? Acredita que terá um peso significativo nas eleições de 2024?

AC – O governador sempre tem peso nas eleições. Mas acredito que não terá mais a força que teve no passado. O governo do Ratinho, de muito propaganda e marketing, está se decompondo. Com a venda da Copel, com o pedágio caro voltando, com a privatização da Sanepar, com o aumento de ICMS, acho que ele perde muita força no apoiamento eleitoral do ano que vem.

6 – Qual a avaliação que o seu partido faz do atual mandato do Presidente Lula? Acredita que ele terá peso significativo nas eleições municipais?

AC – Eu acho que o peso do Lula será aumentado. Os sinais de melhora da economia são grandes e o Lula vai estar com a aprovação melhorada. A gente teve redução da taxa de juros mais uma vez, a gente tem o PIB crescendo, o desemprego recuou, a inflação está sob controle, então as características econômicas pro ano que vem são boas. A gente pode ter, sim, um Lula com peso maior do que teve no passado. Esse é o nosso entendimento. Até porque o Lula retomou programas importantes: Mais Médicos, Minha Casa Minha Vida, Farmácia Popular. Criou o programa Desenrola. Tudo isso vai fazer com que Lula seja forte nas eleições do ano que vem.

7 – E quanto ao ex-presidente Jair Bolsonaro, acredita que terá um peso relevante nas eleições de 2024?

AC – Acredito que não. Acredito que até lá o Bolsonaro poderá estar preso, inclusive. Então acho que vai estar em um desgaste muito grande, muitas coisas estão sendo expostas sobre a conduta que ele teve no governo. E claro, as pessoas vão lembrar do tempo ruim que ele fez.

8 – E como seu partido percebe que a polarização política nacional pode afetar o desempenho das candidaturas nas eleições municipais de 2024?

AC – Na verdade, a polarização é dada. Inevitável. O que a gente tenta debater nas eleições municipais são os problemas das cidades. Eu acho que vamos ter um pouco menos de polarização do que a eleição nacional. É claro que ela vai encontrar esse campo para debate, mas mais nas cidades maiores. Nas cidades menores, a eleição é mais voltada para os problemas locais.

9 – Quais são as áreas ou temas prioritários em sua plataforma para as eleições municipais?

AC – O nosso debate é o resgate. Da saúde pública como prioridade, da educação gratuita e pública. Contra essas privatizações de empresas estratégicas, como de energia e saneamento. E claro, um pacto com o desenvolvimento sustentável, com o meio ambiente. Nós do PT, estamos organizando para que a gente debata as pessoas, o cuidado, a vida, esse é o nosso grande componente para as eleições. Esse ‘tripé’ entre o econômico, o social, o meio ambiente e a vida. Principalmente a vida. E valorização, obviamente, da ciência. 

10 – Por conta da sua atuação destacada na Assembleia Legislativa, existe a possibilidade de mudança de domicílio eleitoral para Curitiba? 

AC – Não, nessas eleições não. Eu tenho ajudado, como presidente estadual do partido, a discutir vários processos como um todo, eu tô participando das tratativas para as eleições em todo o Paraná, nos 399 municípios. Desde Curitiba, que é o maior, até Nova Aliança do Ivaí, que é o menor, eu tô conversando com nossos líderes como compor, como conduzir. Então a minha tarefa, agora, é tocar esse processo do PT. Ao me eleger Presidente do partido, eu tinha o partido organizado em duzentas e vinte e poucas cidades, apenas. Hoje a gente está em 350. É um mérito de uma gestão coletiva, obviamente. Agora eu quero dobrar o número de vereadores, como já coloquei, quero eleger mais prefeitos e ter uma grande força política institucionalizada com mandatos para a reeleição do Presidente Lula. Essa possibilidade de ir pra Curitiba, pode ser que no futuro aconteça. Mas pra essa eleição é muito difícil

19 dez 2023, às 15h02.
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