Eleição acabou: hora de reconhecer e respeitar o resultado

Minuto Riva

por Guilherme Rivaroli
Publicado em 1 nov 2022, às 20h07. Atualizado às 23h35.

Enfim, depois de mais de 44 horas da derrota, o presidente Jair Bolsonaro (PL) falou aos brasileiros. Foi um discurso curto e grosso, ao modo já esperado, e sem falar com todos o brasileiros, conversando mais com o próprio eleitorado, como se sucede há quatro anos.

O resumo do discurso é esse:

  • Reconheceu, sem ser explícito, que agora será líder da oposição, com mais de 57 milhões de votos;
  • O fortalecimento da direita no Brasil;
  • O fim das manifestações nas estradas, ao dizer que invasão e similares são coisa da esquerda;
  • Disse que cumprirá a Carta Magna;
  • Por fim, autorizou (não necessita disso, afinal, é lei vigente) o início do governo de transição.

O discurso durou exatos 2’02”, o silêncio era ensurdecedor.

Os protestos são legítimos, justos, desde que o direito à reunião não interfira no direito inalienável de outrem, como o ir e vir.

Legalmente, o resultado é imutável – Câmara e Senado já reconheceram e aceitaram, STF, TSE ( que, por legislação, é o único que tem dever e obrigação de fazê-lo), classes empresariais e sociais representativas, mais de 80 países e líderes internacionais. Negar o resultado e pedir interferência das FFAA seria o maior retrocesso para nós brasileiros, matando ou ferindo de morte nossas sociedade, economia e relações eternas. Todos sofreríamos e seríamos párias mundiais.

Pela legalidade, trago alguns links, para derrubar a ideia que o artigo 142 ou 68 da Constituição permitem ruptura democrática ou intervenção federal para interferir na democracia. Basta clicar e ler, são bem claros.

Seguem aqui:

Sim, defender ação antidemocrática é crime! Ponto! Continuo o respeito aos policiais, à PRF e aos caminhoneiros. Porém, quem bloqueia e faz baderna, o rigor máximo da lei. Até a Força Nacional de Segurança foi chamada.

Pelo devido processo legal e normalidade. Vamos pelo caminho da pacificação – me arrebataria ver irmãos brasileiros, tendo que usar força bruta, progressiva e desproporcional contra irmãos de mesma bandeira.

Me descontenta o resultado, queria ter outras opções, inclusive, entretanto, necessário se faz, no processo em que a maioria escolhe, a gente respeitar.

Hora de uma posição bem organizada, para que Lula se sinta pressionado e compelido a agir no rigor da lei.

Oposição grande, consistente, é fundamental.

Sobre o momento atual, em que não defendo a classe política, eis o que penso:

Nosso povo precisa de educação e informação de qualidade. Apenas assim seremos livres. Libertario que sou, essa será sempre minha aposta: abrir a percepção da nossa gente.

Não há, concretamente, nenhuma denuncia de fraude que se comprovou, todas tiveram comprovações contrárias. É um fato, sem conjectura aqui. Reflitamos: maioria da base e políticos que nasceram na onda do bolsonarismo se elegeu, por meio de urnas eletrônicas; apenas o voto presidencial estaria fraudado? É inconcebível até para supostas maracutaias.

Político nenhum merece defesa, apenas cobrança, tendo em vista que a função existe para servir à população e não se servir dela, de nenhuma forma, o que é praxe em nosso Brasil, por uma classe que continuará desacreditada.

Era isso!

Vivas nossa nação e a democracia! Nos mantenhamos vigilantes, conscientes e “cobradores”, o que é um verdadeiro papel de cidadão democrático!

P.S.: Fui acusado de ser esquerdista, o que não seria crime. Afinal, vivemos num estado com liberdade de manifestação política. No vídeo acima, se encontrar a mínima defesa a alguém, me aponte e ofensa aos irmãos caminhoneiros, de quem nutro absoluto respeito e admiração, tendo, inclusive, parentes que viveram da boleia, inclusive meu avô, em seu início de vida adulta.

Minha filosofia é “à la” Millôr Fernandez: ” jornalismo é oposição, o resto é balcão de secos e molhados”.

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