Presidente do Sri Lanka foge para Maldivas e país declara estado de emergência

Publicado em 13 jul 2022, às 09h42. Atualizado às 10h00.

COLOMBO (Reuters) – O presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, fugiu para as Maldivas nesta quarta-feira (13), em um aparente fim ao domínio de quase duas décadas de sua família no país após uma grande revolta popular provocada por um colapso econômico.

Mas sua decisão de deixar seu aliado, o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe, como presidente interino, desencadeou mais protestos, com manifestantes invadindo o gabinete do premiê para exigir que ele também deixe o poder.

Crise econômica no Sri Lanka

O gabinete de Wickremesinghe inicialmente declarou estado de emergência e toque de recolher com efeito imediato, depois os cancelou, mas disse que as medidas seriam anunciadas novamente mais tarde.

A polícia estacionada do lado de fora do gabinete do primeiro-ministro disparou várias rodadas de gás lacrimogêneo e um helicóptero militar circulou brevemente, mas os manifestantes pareciam irredutíveis ​​e invadiram o complexo. A equipe de Wickremesinghe se recusou a revelar seu paradeiro.

“É maravilhoso, as pessoas estavam tentando tomar este lugar por cerca de três horas”, disse o estudante universitário Sanchuka Kavinda, de 25 anos, ao lado de um portão aberto e destroçado do gabinete do primeiro-ministro. “Não importa o que aconteça, todos nesta multidão estarão aqui até que Ranil também renuncie.”

Em um comunicado, Wickremesinghe afirmou que os manifestantes “não têm motivos para invadir o gabinete do primeiro-ministro”.

“Eles querem parar o processo parlamentar. Mas precisamos respeitar a Constituição. Então as forças de segurança me aconselharam a impor uma emergência e um toque de recolher. Estou trabalhando para fazer isso.”

O Parlamento deve nomear um novo presidente em tempo integral na próxima semana, e uma fonte importante do partido governista disse à Reuters que Wickremesinghe era a primeira escolha do partido, embora nenhuma decisão tenha sido tomada.

Nas últimas horas, o porta-voz do primeiro ministro Dinouk Colombage declarou estado de emergência para fazer frente à situação vivda.

Por Uditha Jayasinghe e Devjyot Ghoshal e Waruna Cudah Nimal Karunatilake

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