Mãe de recém-nascido, heroína da Covid-19 perde tudo durante enchentes no RS

Fisioterapeuta que atuou na linha de frente em UTIs durante a pandemia perdeu tudo durante chuvas em Canoas; mulher, marido e filho de 2 meses tiveram que abandonar a casa

Publicado em 10 maio 2024, às 11h15. Atualizado às 11h17.
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Em 2020 e 2021, a jovem fisioterapeuta Leandra Alainz atuou na linha de frente no combate a pandemia da Covid-19 no Rio Grande do Sul. Com apenas 23 anos, a profissional trabalhou durante jornadas exaustivas em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), para tentar salvar vidas de pacientes contaminados pelo vírus. Três anos depois, agora mãe de um bebê de apenas dois meses, Leandra está do outro lado de uma tragédia e precisa de ajuda.

Heroína da Covid-19, Leandra teve um bebê há dois meses
Leandra teve um bebê há dois meses (Foto: Arquivo Pessoal)

Leandra, o marido e o filho de 2 meses, estão entre as vítimas da enchente que devasta o Rio Grande do Sul. Moradores de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A família morava em uma casa no bairro Harmonia, um dos mais afetados na região. Na última sexta-feira (3), o casal deixou a residência com apenas duas mochilas e um pacote de fraldas.

“A gente pensou que água viria, mas não iria criar altura, só distância, até porque Canoas é uma cidade plana. Só que quando vimos o anúncio de esvaziamento do nosso bairro, nos alertamos que precisaríamos prestar atenção. De repente já escutamos muito barulho de carros, e nossa rua é tranquila. Meu marido falou que iria dar uma volta na quadra para ver como estava a situação. Quando ele saiu um cara falou ‘tá feia a coisa, vai alagar, tem que sair’. Quando eu ouvi isso já peguei duas mochilas com roupa do bebê, um pacote de fralda, com o mínimo de roupas. Pensamos que no dia seguinte voltaríamos para limpar o chão e estaria tudo certo”, relatou Leandra.

A família não imaginava que a água atingiria o teto da residência. Porém, poucos dias após deixarem o local, perceberam que todos os móveis, roupas e pertences ficaram submersos com as enchentes.

“A gente nunca acredita que vá acontecer algo com a gente, neste sentido. Que vai acontecer uma tragédia neste nível. Nós nos apegamos que estávamos longe do dique, que vazou. A gente achava que iria vazar um pouco de água, mas que jamais iria inundar um bairro inteiro, isso nunca passou pela nossa cabeça”, comentou Leandra.

Abrigo na casa dos sogros em Porto Alegre

Após abandonar a casa em Canoas, a fisioterapeuta seguiu para a residência dos sogros, em Porto Alegre. Em uma viagem de duas horas, a família constatou o tamanho da tragédia com vários bairros e parte da capital gaúcha embaixo d’água.

Na casa dos familiares, que não foi atingida pela enchente, Leandra, o marido e o bebê estão abrigados, porém, perderam tudo que estava na residência. 

“Não vamos ter condições de ficar naquela casa, muita humidade e destruiu tudo. Não sei nem se a casa tem condições de aguentar, porque era bem simples. O bebê não tem mais nada do quarto dele, perdemos tudo. Foi o berço, foi a cômoda, tudo do quartinho. Por isso resolvemos fazer uma vaquinha. Passamos nove planejando tudo para a chegada do nosso bebê e em dois meses não temos mais nada”, lamentou Leandra.

Leandra com o marido, o filho e a enteada
Leandra com o marido, o filho e a enteada (Foto: Arquivo pessoal)

Para quem quiser ajudar Leandra e a família, o contato é (51) 9206-5769. Nas redes sociais, a fisioterapeuta compartilhou o link da arrecadação.

Heroína na pandemia da Covid-19

A fisioterapeuta Leandra foi personagem de matérias do Portal RIC durante a cobertura da pandemia da Covid-19. A jovem utilizava as redes sociais para compartilhar momentos em leitos da UTI, que às vezes terminavam com altas médicas, mas geralmente não tinham um final feliz.

Os textos de Leandra causaram grande comoção em meio a luta que o mundo vivia diante do vírus devastador. Um dos relatos da fisioterapeuta, sobre o momento da intubação, alcançou mais de um milhão de pessoas

Entre as paixões de Leandra estão: a fisioterapia, os textos e os pacientes
Entre as paixões de Leandra estão: a fisioterapia, os textos e os pacientes (Foto: Arquivo Pessoal)

“Quando temos contato com paciente na hora da morte nós viramos humanos, nós saímos do automático. Quando alguém está morrendo ninguém está preocupado em quantas horas vamos fazer, não estamos preocupados em quantos atendimentos vamos fazer, não pensamos se vamos carimbar a pasta dele, em quantas vezes teremos que visitar o leito. A gente está preocupado se ele está com frio, se ele precisa de alguma coisa, se o lado que ele está deitado é confortável”, escreveu a Leandra na época da Covid relatando o estado da unidade médica.

As mensagens passadas por Leandra retratavam a realidade dos hospitais e a luta dos profissionais da saúde para salvar o maior número de pessoas. Veja alguns dos textos publicados pela fisioterapeuta.

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