Conheça 8 sites e startups para ficar de olho em 2020
Um levantamento recente realizado pela WGSN, empresa de consultoria global em análises e previsões de tendências, revelou que o principal fator que acelera as grandes transformações no varejo não é a tecnologia, mas a forma de consumo dos próprios consumidores.
Segundo o levantamento, são eles que estão impulsionando todas essas transformações tecnológicas de consumo na sociedade e desafiando antigos modelos econômicos. Nesse sentido, consumidores hoje estão cada vez mais estudando marcas e modelos de negócio, principalmente os que impactam a sociedade como um todo.
O objetivo é simples, conseguir identificar quais negócios estão alinhados às suas novas demandas e a um propósito, além de como se relacionam com suas necessidades. Ou seja, a interação e identificação entre empresa/produto e consumidor/usuário é fundamental para o sucesso do negócio.
Por isso, novas startups e plataformas de negócios estão surgindo a todo momento, se fazendo presentes no dia a dia de inúmeros consumidores, oferecendo novos modelos de negócios que impactam empresas e a vida das pessoas.
Justamente porque a sua essência é pautada na resolução de problemas reais de mercado, na facilidade e acessibilidade, aliada à inovação, propósito e experiência do consumidor/usuário.
Número de startups teve aumento superior a 200%
Só para se ter ideia, de 2015 à 2019, o número de startups passou de cerca de 5 mil para mais de 12 mil, tendo um aumento superior a 200%, segundo dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups).
Dos principais fatores que influenciaram diretamente esse crescimento podemos citar empreendedores mais focados em resultados diretos aos seus consumidores e plataformas mais preparadas para arrecadarem e distribuírem investimentos.
Sendo assim, já podemos identificar algumas grandes tendências que vão impactar o mercado a partir de 2020 e cinco sites e startups que já estão acompanhando esse processo para não perder oportunidades de vendas.
Revolução do m-commerce
Já tem um tempo que a sociedade vem sendo norteada por smartphones, com pessoas consumindo cada vez mais via dispositivos móveis. Pesquisas recentes mostram que as pessoas se sentem muito mais confortáveis em interagir com novas pessoas por meio de redes sociais, estando “quase sempre” online.
Neste âmbito, podemos perceber que a decisão dos usuários é feita mesmo antes da visita física. Por isso, é fundamental que o consumidor esteja no controle da compra, mesmo que o auxílio humano ainda seja necessário.
Para isso, é preciso aumentar o uso do celular dentro de lojas:
- Através de facilitação de pagamentos e visualização de produtos
- Criar interações mais naturais pelos dispositivos móveis
- Redefinir o papel do funcionário da loja física e desenvolver mecanismos que aumentem o nível de confiança
Sites focados na experiência do consumidor no smartphone e lojas físicas que priorizarem essa tendência estarão à frente dos negócios e aumentaram sua cartela de clientes, assim como suas vendas serão alavancadas.
O fator sentimento (feel factor)
A expressão “feel factor” é definida como a valorização das conexões humanas à medida em que as pessoas vão se sentindo mais solitárias. Nesse sentido, quanto mais as relações digitais crescem e a interação física diminui, mais consumidores saem em busca de conexões que os façam sentir mais completos.
Sendo assim, enquanto os varejistas investem em tecnologia de inteligência artificial e experiências digitais, a conexão humana será um diferencial fundamental para qualquer negócio.
Neste caso, o consumo passa a ser uma consequência da experiência entre o produto e o consumidor. Por isso, o ideal é investir em experiência sempre usando a tecnologia como ponte. Não é o caso de personalização através de recomendação ao consumidor, mas de criar uma relação pessoal.
Assim, é necessário investir nas pessoas e em tecnologias que aprofundem as relações, através do desenvolvimento de estratégias que unam o ser humano e a tecnologia, a fim de criar uma experiência inesquecível que vá além do que o cliente procura.
Quem já investe na tendência
Plataformas como a Triplover, um site de análises de navios de cruzeiros, entre outros serviços turísticos, já fazem parte desse novo processo.
De olho no crescimento do turismo no Brasil e em novos incentivos do governo para aumentar a quantidade de Portos brasileiros, seu fundador, Rafael Querido, percebeu uma demanda por parte dos usuários que desejam obter mais informações seguras e confiáveis ao planejar suas viagens, antes de fechar uma compra.
A startup Pin People, por exemplo, é uma plataforma de gestão de experiência do funcionário que permite que organizações automatizem e mensurem a experiência de forma a atrair, engajar e reter o candidato mais adequado para determinada vaga. Tudo é feito através de inteligência de dados, que escolhe de maneira rápida e prática quem pode realizar tal tarefa com mais qualidade.
Já o aplicativo Shapp conecta professor e aluno de qualquer disciplina, a fim de promover o ensino presencial e facilitar o ensino a distância. Por meio do app, os professores têm a oportunidade de fazer uma renda extra e alunos de encontrarem bons educadores.
Confiança como moeda de troca (Trustenomics)
Com as constantes inovações tecnológicas e aumento das interações digitais, surgem também as fraudes e meios escusos de se obter dados pessoais. Por isso, as pessoas nunca estiveram tão desconfiadas.
Ultimamente vivemos uma era em que todas as instituições estão em descrédito:
- Governos
- Imprensa
- Marcas
- Empresas
Nesse cenário, a confiança virou moeda de troca, fazendo com que empresas que inspiram confiança, gerem conversão.
Por isso, é fundamental que os negócios represente o consumidor, através de um posicionamento claro e uma voz que apoie causas. Para isso, é preciso procurar entender não só as necessidades dos clientes, mas seus medos.
Assim, deve-se criar estratégias transparentes que diminuam o problema desconfiança, assumindo um papel de liderança nas questões importantes do consumidor. É o caso de websites criadas para responder às dúvidas comuns de seus usuários, que fornecem informações específicas sobre um produto ou serviço.
É o caso portal Total Construção, que fornece análises de produtos de diversos tipos, para que o usuário obtenha as informações necessárias antes de fechar a sua compra em outros portais.
Longevidade de consumo
A longevidade das pessoas está cada vez maior, e esses consumidores possuem necessidades e demandas diferentes. Embora seja difícil lidar com o envelhecimento da população e com as grandes mudanças na distribuição de renda dessa crescente população, as empresas devem ficar atentas à esse mercado.
Segundo a ONU, essa questão do envelhecimento populacional causará uma transformação social significativa, com implicações em todos os setores da sociedade. Isso porque, embora os consumidores mais velhos se sintam ignorados ou negligenciados, eles possuem um poder de compra muito maior do que os consumidores jovens.
Sendo assim, seria nada inteligente ignorar esses consumidores. É importante criar estratégias voltadas a engajar consumidores idosos através da sua inclusão no mundo digital e mobile.
A startup CliniClik, por exemplo, tem como missão conectar os profissionais de saúde com proprietários de salas comerciais disponíveis, a fim de tornar o processo de compartilhamento de consultórios mais prático e seguro, 100% digital e desburocratizado, extinguindo a necessidade de fiador, seguro ou depósito.
Só isso já facilita a mobilidade de pessoas idosas ainda ativas no âmbito empresarial, mas que não dispõe de tempo e nem de meios de locomoção para conectar esses serviços.
Ter não é mais preciso
Não é preciso ter para viver. Nesse sentido, a economia compartilhada ganha forças visto que os consumidores estão mais abertos à experimentação. Ou seja, as pessoas estão deixando de gastar com objetos para investir em experiências.
Da mesma forma, a forma de procura por produtos também mudou, visto que os consumidores hoje deixam de “ir às compras”, mas não deixam de fazer compras, já que estão sempre conectados a aplicativos móveis e às redes sociais, como Whatsapp e Instagram.
A solução tem sido enxergar além do produto principal, tentando identificar quais tipos de serviços estão motivando as pessoas a querer pagar para ter acesso. Isto é, a experiência será produtificada, se tornando uma fonte de dinheiro.
Sendo assim, os novos modelos de negócios deverão criar estratégias que motivem o consumidor a pagar por experiências ligadas à sua marca. Seja através da união de pessoas com perspectivas parecidas para melhorar a vida delas.
Um exemplo são as startups de coworking e as plataformas de vendas e serviços compartilhados, como Enjoei, Rededots, Turbi, entre outros, que compartilham seus serviços através de uma comunidade na web.