Compra da Arm por Nvidia prejudica mercados, diz agência dos EUA

Publicado em 7 dez 2021, às 14h35. Atualizado às 14h36.

Por Stephen Nellis e Diane Bartz

SÃO FRANCISCO, Estados Unidos (Reuters) – A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) concluiu que a competição nos mercados emergentes de chips para carros autônomos e de conectividade poderia ser prejudicada se a Nvidia concluir a compra da Arm, um negócio avaliado em 80 bilhões de dólares.

Na semana passada, o regulador abriu um processo para interromper o negócio em que a Nvidia, a empresa de chips de capital aberto mais valiosa do mundo, tenta comprar a britânica Arm, que licencia tecnologia para fabricantes de semicondutores.

Na segunda-feira, a FTC divulgou uma versão redigida de sua reclamação. O órgão disse acreditar que a compra da Arm pela Nvidia prejudicará a concorrência porque centenas de empresas de chips que contam com a Arm hesitariam em continuar trabalhando em estreita colaboração com a empresa britânica, por medo de que a Nvidia tenha acesso aos planos de seus produtos.

A FTC disse que a Nvidia e rivais desde Intel à Tesla confiam principalmente na Arm para setores emergentes, como chips de carros autônomos.

“A Nvidia terá o incentivo para prejudicar seu rivais dependentes da Arm, em vez de trabalhar em colaboração com eles para ajudá-los a ter sucesso, como Arm faz hoje, porque a Nvidia compete de perto com esses rivais por grandes negócios”, escreveu a FTC.

A Nvidia se recusou a comentar além de um comunicado divulgado na semana passada, dizendo que planeja “trabalhar para demonstrar que esta transação beneficiará a indústria e promoverá a concorrência”.

Executivos da Arm disseram à Reuters que a empresa e a Nvidia planejam criar “firewalls” para proteger qualquer informação compartilhada com a companhia de serem usadas indevidamente pela Nvidia.

Herbert Hovenkamp, que leciona antitruste na faculdade de direito da Universidade da Pensilvânia, disse que qualquer firewall criado pela Arm e Nvidia provavelmente seria insuficiente. “As agências odeiam os firewalls com razão”, disse ele.

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