Cidades que inovam
O cenário de inovação está ganhando cada vez mais força no ambiente público brasileiro. São diversas ações em instâncias municipais, estaduais e nacionais. Esse despertar do setor público é fundamental para que as iniciativas de inovação tenham alcance maior e beneficiem um grande número de pessoas.
Já falei aqui na coluna inaugural sobre o Vale do Pinhão, que conseguiu unir governo, academia, empresas e outras instituições de Curitiba para uma sinergia e troca de colaboração em prol da inovação. O importante é que esse movimento tem similaridade em diversas cidades brasileiras, que criaram suas áreas de inovação dentro da estrutura municipal, como aqui na nossa capital com a Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação.
É interessante destacar que não são apenas capitais que estão incorporando a cultura da inovação. O último levantamento do Ranking Connected Cities, divulgado em setembro último, aponta 36 cidades do interior entre as 50 mais inteligentes do Brasil. Ou seja, essas cidades do interior superaram 13 capitais no ranking. Do Paraná, além de Curitiba estão no ranking Maringá, Pato Branco e Londrina. Na nossa vizinha Santa Catarina, além de Florianópolis, estão entre as 50 mais inteligentes as cidades de Joinville, Blumenau, Itajaí, Balneário Camboriú e Jaraguá do Sul.
Esses dados são bem relevantes, sinalizando um cenário de avanço em cidades do interior. A inovação nos municípios é a que produz efeitos mais imediatos para a qualidade de vida das pessoas, pois a atuação das prefeituras impacta diretamente no dia-a-dia da população. Pensando nisso, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) criou em fevereiro o Fórum InovaCidades, em parceria com o Instituto Arapyaú, movimento colaborativo que atua pela sustentabilidade e desenvolvimento humano desde 2008.
O Fórum, o qual atualmente tenho a honra de presidir, tem o papel de debater e fortalecer a política de ciência, tecnologia e inovação no País, discutindo os principais desafios dos municípios, além da interlocução efetiva com os prefeitos no sentido de reforçar a importância da pasta de Inovação no desenvolvimento das cidades.
Na semana passada, tivemos em Salvador o 3º encontro do Inova Cidades, durante a 76ª reunião da FNP. Foi recheado de soluções práticas e específicas de inovação em gestão pública para municípios. O Fórum apresentou todas as ações que vem promovendo como articulador entre a escala local e a federal na área de inovação, além de caminhos para acesso a recursos financeiros, programas, ferramentas e parcerias com outros setores.
O Sebrae também participou dos debates em Salvador e mostrou produtos que são práticos e os municípios já podem aplicar. Um exemplo são os Agentes Locais de Inovação, jovens que vão até as empresas com metodologia própria para tornar as micro e pequenas empresas mais inovadoras. Também existe uma expectativa de se criar um programa novo em parceria entre FNP, Sebrae e Fórum InovaCidades.
Não podemos deixar de ressaltar que há iniciativas importantes acontecendo nos governos estaduais e no Federal, principalmente a partir do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, cujo ministro, o astronauta Marcos Pontes, é um entusiasta da inovação. Recentemente estivemos no MCTIC e com outros atores de inovação do Governo Federal para aproximar as pautas dos municípios das políticas públicas nacionais de inovação e tecnologia. O Fórum InovaCidades foi reconhecido em Brasília como importante interlocutor. Tenho certeza que sairão ótimos projetos dessas parcerias.