Mulheres inovam e apresentam soluções que movimentam a economia local e a cultura no Paraná

Publicado em 22 jul 2020, às 15h18.

Pensar fora da caixa é clichê famoso no mundo dos negócios desde os meados da década de 1970. Porém, esse conceito que significa pensar de forma inovadora, criativa, disruptiva e ir além dos padrões convencionais nunca esteve tão na moda. As startups são uma realidade que vieram para ficar, ou melhor, para resolver a dor dos clientes. 

Neste cenário ainda dominado pelos homens, as mulheres vêm galgando seu espaço, degrau por degrau. Segundo a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), que mapeou mais de 12 mil empreendimentos, verificou que 84,3% dos empreendedores são homens, contra 15,7% de mulheres. Entre os principais desafios das mulheres fundarem uma startup estão a falta de captação de recursos, de autoconfiança e de incentivo para a entrada no mercado de tecnologia. 

Por isso, o movimento Mulheres Inovadoras do Paraná busca trazer luz para as empreendedoras locais. São histórias repletas de criatividade, persistência, superação, senso de oportunidade e muita competência que inspiram outras mulheres e outros homens que buscam trilhar o caminho da inovação.  

Conheça as histórias da Bruna Jochem do Prado criadora uma moeda social digital que fortalece a economia local e Heloisa Garret fundadora de uma plataforma virtual que conecta empresas aos projetos que podem ser incentivados por meio de recursos fiscais.  

Bruna Jochem do Prado, fundadora da Cash Local 

Bruna Jochem do Prado é filha de fumicultores do interior do estado do Paraná. De origem humilde, sempre se questionou sobre quais as perspectivas uma jovem como ela poderia ter. “Eu sempre fui uma pessoa muito sonhadora, por isso, me restou fazer sempre um pouco além do que me era proposto”, relembra Bruna. 

Aos 17 anos, Bruna deixou a casa dos pais para estudar em outra cidade e no mesmo ano começou a trabalhar em uma grande empresa de tecnologia. “Escolhi fazer graduação em Sistemas da Informação, uma área praticamente dominada por homens. Na minha turma somente duas mulheres se formaram. Foi uma fase difícil, mas de muito aprendizado e amadurecimento. Foi nessa época que comecei a plantar as primeiras sementes do sonho de fazer a diferença e deixar um legado”, conta a fundadora da Cash Local. 

As sementes germinaram e geraram a Cash Local

A Cash Local é uma moeda social digital no modelo de cashback que engaja pessoas a consumirem no comércio local. No Brasil, micro e pequenas empresas representam 98% de todas as empresas do país, porém muitas delas são pouco competitivas. Devido ao novo perfil do consumidor e o aumento das compras na internet ocorre a diminuição de vendas no comércio local, consequentemente é menor arrecadação de impostos e com isso menos dinheiro circula na economia local.

A Cash Local entrega benefícios mais atrativos do que acumular pontos e trocar por brindes. O consumidor compra no comércio local e recebe uma parte do dinheiro de volta em um aplicativo de carteira digital. Este saldo vale dinheiro e pode ser utilizado em novas compras na mesma cidade, escolhendo entre diversas empresas parceiras. “Com a moeda digital as empresas ampliam o relacionamento com o consumidor, geram dados para auxiliar na tomada de decisão, além de fortalecer o associativismo”, afirma a Bruna Jochem do Prado. 

Atualmente, a Cash Local está presente em duas cidades, com 60 empresas parceiras e centenas de consumidores cadastrados e recebendo benefícios. Como reconhecimento de sucesso do negócio a startup foi selecionada em programas com reconhecimento nacional como Rocket da RPC, Inovativa Brasil, 9weeklabs de pré-aceleração da FACIAP, participação de feiras regionais e do programas do SEBRAE de Operação e Tração.

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Heloisa Garrett, fundadora do Conecta Incentivos 

Heloisa Garret é jornalista, pós graduada em gestão cultural e especializada em negociação estratégica e em artes visuais. Como produtora cultural e executiva percebeu que os projetos culturais eram patrocinados sempre pelas mesmas marcas, acirrando a concorrência pela captação dos recursos. 

“Em 2017 decidi inverter essa ordem, dos produtores culturais que buscavam patrocinadores e começamos a buscar empresas que tinham potencial para usar recursos de leis de incentivo, mas desconheciam o processo. Com isso, passamos a descomplicar, orientar, incentivar e desmistificar o uso de recursos fiscais. Assim, ao invés de oferecer projetos para as empresas aportarem recursos, passamos a buscar, entre produtores culturais, projetos que viessem de encontro com a missão, valores e público das empresas” explica Heloisa Garret, fundadora do Conecta Incentivos. 

A Conecta Incentivos é uma startup que está transformando a forma de incentivar a cultura, promover o acesso às artes e descentralização dos recursos fiscais. Por meio de uma plataforma virtual, toda a gestão dos projetos, documentação e questões legais ficam interligadas, garantindo transparência e eficiência do processo. “Por meio da plataforma, conseguimos fazer a gestão de leis de incentivo de recursos municipais, estaduais e federais ligadas a área de cultura, segurança social, esporte e saúde”, ressalta a fundadora da Conecta Incentivos. 

Atualmente, 27 empresas já aportaram mais de R$5 milhões de reais na Conecta Incentivos. Com isso, 72 projetos foram incentivados com mais de 800.000 pessoas impactadas. 

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